Summit Agro
Reduzir o consumo de carne ajuda a proteger o meio ambiente
Benefícios ambientais atingidos pela redução no consumo de carne podem equivaler à retirada de 8 milhões de carros de circulação
3 minutos de leitura 12/10/2023 - 14:57
Por: Summit agro
Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, realizou a investigação mais extensa até aqui sobre o impacto do consumo de carne para o meio ambiente. Segundo o estudo, se as pessoas que mais consomem carne no país reduzissem a quantidade ingerida por dia, o efeito na redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) seria o mesmo que retirar 8 milhões de carros de circulação.
A pesquisa, liderada por Peter Scarborough e divulgada na revista Nature Food, se diferencia de outras por fazer uma análise extensa sobre hábitos reais de alimentação; foram mais de 55 mil pessoas entrevistadas.
Segundo os dados obtidos, as pessoas que mais consomem carne ingerem, em média, cerca de 100 gramas do alimento por dia. Para que essa quantidade seja disponibilizada, a indústria da pecuária emite 10,24 quilogramas de dióxido de carbono diariamente.
Para dietas com baixo teor de carne, em média de 50 gramas por dia, a quantidade de dióxido de carbono emitido na produção alimentícia cai para 5,37 quilogramas diariamente. Dietas pescetarianas, vegetarianas e veganas produzem 4,74 quilogramas, 4,16 quilogramas e 2,74 quilogramas respectivamente.
Com base nessas quantidades, foi possível relacionar o volume de emissões de poluentes por carros movidos a combustíveis fósseis com o impacto ambiental da alimentação. Assim, se os moradores do Reino Unido reduzissem o consumo de carne para metade na média diária, o benefício ambiental seria o mesmo da retirada de 8 milhões de carros de circulação.
Impactos ambientais da pecuária e como reduzi-los
Dados de uma pesquisa anterior revisados pelo Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defrat) mostram que a produção de alimentos é responsável por um terço das emissões de gases do efeito estufa globais. Para atingir as metas de acordos ambientais, o órgão estima que o Reino Unido precisa reduzir o consumo de carne em 30% até 2032.
A pecuária é uma das atividades alimentícias que mais causam este tipo de impacto. Seja pelo metano emitido devido à fermentação entérica, que ocorre no processo digestivo dos animais, seja pela derrubada de matas para a formação de pastagens, a pecuária ainda é pouco sustentável do ponto de vista ambiental.
Além dos danos em emissões, o alto consumo de carne necessita de muita água e muita terra e, nesse sentido, dietas que reduzem a quantidade de carne também oferecem mais benefícios ambientais. Segundo os autores da pesquisa de Oxford, não seria necessário abolir o consumo de carne, a mera redução já pode ajudar ao meio ambiente.
Para produzir o suficiente para um dia de dieta com alto teor de consumo de carne, são utilizados cerca de 890 litros de água. Dietas pescetarianas, vegetarianas e veganas necessitam de 710 litros, 530 litros e 410 litros, respectivamente. Os dados são contabilizados para dietas de 2 mil calorias por dia.
Outro problema potencializado pela pecuária é a quantidade de terra que a atividade requer. Para produzir alimentos para um dia de uma dieta com alto teor de carne é necessário utilizar 16,78 metros quadrados (m²) de terra. Para dietas de baixo teor de consumo de carne, a quantidade cai para metade, exigindo 8,31 m2, e para dietas pescetarianas se utiliza o equivalente a 6,31 m2, dietas vegetarianas, 6,01 m2 e dietas veganas 4,37 m2.
Os produtores já estão cientes das novas exigências ambientais da maioria dos países em relação a procurar produtos com menor impacto ambiental. Algumas práticas aplicadas à pecuária podem mitigar os efeitos ambientais nocivos da atividade, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), a recuperação de pastagens e o incentivo à agricultura de baixa emissão de carbono.
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