Summit Agro
Qual é o impacto da falta de adubação nas pastagens?
Crise global de fertilizantes preocupa pecuaristas que precisam adubar pastagens para alimentar rebanho
3 minutos de leitura 17/06/2022 - 15:30
Por: Summit agro
A crise global de fertilizantes tem um impacto direto no agronegócio. Além dos problemas provocados na agricultura, a falta do insumo também gera prejuízo na pecuária, uma vez que a adubação de pastagens é essencial para garantir a nutrição do rebanho de corte e de leite.
A criação a pasto representa o principal modo de produção de bovinos das propriedades rurais brasileiras. O País tem cerca de 165 milhões de hectares de pastagens, segundo o relatório Perfil da Pecuária do Brasil 2021, realizado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
No entanto, quase 105 milhões de hectares apresentam algum tipo de degradação, de acordo com o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Qual é o objetivo da adubação das pastagens?
Os animais de pasto dependem da quantidade e da qualidade da forragem para extraírem os nutrientes necessários à produção de carne e leite. O desenvolvimento das pastagens é influenciado pelas características da terra e pelas condições climáticas.
A adubação tem como objetivo corrigir e potencializar as substâncias nutritivas presentes no solo, oferecendo condições para que as plantas forrageiras consigam atingir o máximo de seu desempenho. Esse processo tem de ser constante, uma vez que a interação entre o animal e o pasto tem uma dinâmica própria.
Além do consumo do rebanho, os nutrientes são retirados por processos como a volatização, lixiviação, erosão e por problemas na fixação das partículas ao solo. Uma grande parte das substâncias retorna ao meio ambiente, via fezes ou urina, mas apenas uma pequena parte é efetivamente reciclada.
Adubação ideal para a pastagem
As pastagens devem ser adubadas, pelo menos, uma vez por ano. Cada área e espécie forrageira tem necessidades específicas, portanto, antes de realizar a adubação, o produtor deve realizar uma análise química para avaliar a disponibilidade de nutrientes e verificar quais substâncias deverão ser aplicadas no solo.
Segundo um estudo da Patrícia Menezes Santos, pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a maioria dos solos no Brasil apresenta acidez, facilidade de erosão e alto poder de fixação de fósforo, contudo tem baixos teores de macronutrientes e micronutrientes.
Nesse cenário, entre as principais técnicas indicadas para alcançar uma adubação ideal nas pastagens, estão a recuperação de áreas em processo de degradação ou a utilização de métodos preventivos de erosão, a calagem e a aplicação de fertilizantes que tenham na composição nitrogênio, fósforo e potássio (NPK).
O que acontece se faltar fertilizante?
A insuficiência de nutrientes do solo, causada pela falta de fertilizantes, pode provocar prejuízos econômicos e ambientais para o pecuarista. Sem o teor adequado de nitrogênio e fosfato, por exemplo, as forrageiras começam a perder vigor e produtividade.
Isso tem um impacto direto na qualidade da carne e do leite produzidos com o pasto, tendo um reflexo no valor a ser pago pelos produtos. Com menos receita, o pecuarista tende a investir menos, formando um círculo vicioso que prejudica toda a cadeia produtiva.
Caso o cenário persista, o déficit de nutrientes pode dar início à degradação da pastagem, com uma maior incidência de pragas invasoras e doenças, além de levar à compactação e erosão do solo — um processo mais difícil de ser revertido.
Fonte: Premix, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Perfil da Pecuária do Brasil/Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
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