Summit Agro
Quais são os tipos de braquiária e como fazer o manejo da planta?
Braquiária tem origem na África tropical, sendo usada como forragem para gado, mas em alguns casos pode se tornar uma praga
12/05/2023 - 15:00
A braquiária é um gênero de plantas herbáceas da família das gramíneas, também conhecidas como capim ou grama. Nativa da África tropical, a planta foi trazida na década de 1960 para o Brasil por ter alta capacidade de adaptação a diferentes tipos de solos e climas, além de boa resistência a fogo, seca, frio, doenças e pragas.
Esse tipo de planta é conhecido pela capacidade de fixar nitrogênio no solo, ajudando a melhorar a fertilidade da terra e a reduzir a necessidade de fertilizantes químicos. As braquiárias são também cultivadas em regiões tropicais e subtropicais como forragem para gado e estão presentes em 90% das pastagens brasileiras.
No entanto, em algumas situações, a braquiária pode se tornar uma espécie invasora, competindo com outras plantas nativas e prejudicando a biodiversidade da área. Quando cultivada em monocultura, contribui para a compactação do solo e a redução da fertilidade.
Quais são os tipos de braquiária mais comuns no Brasil?
Existem vários tipos de braquiária que se diferenciam em características como porte, produtividade, resistência a doenças e adaptabilidade a diferentes solos e climas. Os tipos mais comuns de braquiária encontrados no Brasil são:
- Brachiaria brizantha — é a espécie mais utilizada no Brasil, ocupando cerca de 50% das forragens. Tem porte alto, com alta produtividade e boa resistência à seca e ao frio. É indicada para solos de média a alta fertilidade;
- Brachiaria decumbens — um dos tipos mais cultivados no País, tem porte baixo a médio e é resistente à seca e ao fogo. É indicada para solos de baixa fertilidade e oferece baixa resistência à praga da cigarrinha;
- Brachiaria humidicola — de porte médio a alto, esse tipo tem boa adaptação a solos úmidos e ácidos. É recomendada para regiões de clima quente e úmido e oferece boa resistência à cigarrinha;
- Brachiaria ruziziensis — recomendada para regiões com baixa precipitação pluviométrica, tem porte médio a alto, com boa adaptação a solos ácidos e de baixa fertilidade, podendo ser usada para cobertura do solo no plantio direto, melhorando a produtividade das lavouras de milho e soja;
- Brachiaria mutica — é uma espécie de porte alto, com boa produtividade e resistência à seca. Considerada uma das plantas invasoras mais comuns nas lavouras, desenvolve-se bem em solos arenosos e de baixa fertilidade.
Como fazer o manejo da braquiária de forma eficiente?
O manejo adequado da braquiária pode ajudar a maximizar a produção de forragem e melhorar a qualidade do solo. Além disso, pode evitar a chegada de plantas invasoras que podem prejudicar o cultivo e a biodiversidade. É importante consultar um técnico agrícola para obter recomendações específicas para a sua propriedade.
A seguir, veja alguns passos que podem ser seguidos para um manejo eficiente da braquiária.
1. Adubação
A braquiária responde bem à adubação, especialmente com nitrogênio, fósforo e potássio. O uso de adubos deve ser feito com base em análises de solo e em recomendações técnicas.
2. Controle de pragas e doenças
É importante monitorar a presença de pragas, principalmente da cigarrinha, e de doenças como antracnose e ferrugem. As medidas de controle podem incluir defensivos agrícolas e controle biológico.
3. Manejo de água
A planta se adapta bem a solos secos, mas o manejo adequado da água pode ajudar a melhorar a produção de forragem. Em solos com alta umidade pode ser necessário realizar drenagem para evitar a compactação do solo.
4. Manejo do pastejo
A braquiária é uma excelente forrageira para gado, mas é importante realizar um manejo adequado do pastejo para evitar o superpastejo e a degradação da pastagem. Isso pode incluir a rotação de piquetes e o controle da carga animal.
5. Controle de invasoras
Algumas espécies podem se tornar invasoras em determinadas regiões. É importante monitorar a presença dessas espécies e tomar medidas para controlar a expansão.
Fonte: Rehagro, Terra Magna, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
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