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O que é o defensivo agrícola?
Defensivo agrícola, mais conhecido no Brasil como agrotóxico, é um composto que ajuda a manter a produtividade do agronegócio
Summit agro
22/10/2022 - 16:02
Uma pesquisa da European Crop Protection Association (ECPA) estima que cerca de 40% da produção mundial de alimentos seja desperdiçada em razão de pragas. Caso nenhum defensivo agrícola fosse utilizado, os números poderiam chegar a 85%.
Os defensivos agrícolas são substâncias químicas, orgânicas ou biológicas que objetivam proteger as culturas agrícolas de pragas. Também conhecidos como pesticidas, praguicidas, agrotóxicos ou produtos fitossanitários, os defensivos previnem, controlam ou destroem organismos biológicos considerados pragas.
Os defensivos agrícolas podem ser classificados pelo seu ingrediente ativo (ou princípio ativo), mas são mais comumente conhecidos pela natureza da praga que irão combater. Assim, os pesticidas mais usados são herbicidas (combatem plantas estranhas às lavouras), inseticidas (controlam insetos), fungicidas (controlam fungos), bactericidas (bactérias), acaricida (ácaros) e rodenticidas (ratos).
Histórico dos defensivos agrícolas
O primeiro registro histórico de uso de compostos químicos para a defesa de plantações data de, pelo menos, 4,5 mil anos atrás, quando os sumérios usavam compostos de enxofre para controlar insetos e ácaros.
Os chineses também foram importantes no desenvolvimento de controles para pragas: há mais de 3,2 mil anos já usavam mercúrio e arsênico para controlar piolhos. Gregos e romanos também utilizavam técnicas parecidas para controlar os locais de armazenamento de alimentos.
No Ocidente, viu-se uma redescoberta do interesse no uso de técnicas de controle de pragas durante o período Renascentista, mas o uso das substâncias químicas que influenciaram os defensivos modernos ocorreu apenas a partir do século XIX, quando a mistura de sulfato de cobre e hidróxido de cálcio (ainda muito usada) foi descoberta.
Na segunda metade do século 20, começaram a ser usados os compostos químicos sintéticos, que foram alvo de fortes controvérsias pelos efeitos que poderiam causar sobre a saúde humana. Ao longo dos anos, alguns deles foram colocados em desuso. A partir de então, a indústria passou por fortes investimentos e muita pesquisa, garantindo que os produtos fossem cada vez mais seguros. Estima-se que a toxicidade dos defensivos agrícolas foi reduzida em 40% desde os anos 1940.
Uso de defensivos agrícolas no Brasil
O Brasil apresenta condições propícias ao desenvolvimento de pragas: além de ter temperaturas elevadas e invernos pouco rigorosos, tem grandes extensões de terras dedicadas à monocultura. Sendo o segundo maior exportador de alimentos do mundo, o País é conhecido por ser o maior consumidor de defensivos agrícolas quando levado em consideração os gastos com esses produtos.
Contudo, essas posições não mostram o quadro completo. Quando considerada a área cultivada e a quantidade de alimentos produzidos, o País cai para a 13ª posição entre os maiores consumidores de defensivo agrícola.
Cuidados e alternativas no uso de defensores agrícolas
Quando utilizados de forma errada, os defensivos agrícolas podem ser tóxicos e afetar tanto o meio ambiente quanto os animais. Portanto, para garantir o uso adequado, é importante seguir o receituário agronômico.
Consultar um agrônomo ao início de cada nova safra e pensar estratégias de manejo integrado de pragas (MIP), rotação de culturas, policultura, remoção mecânica de plantas daninhas e uso de controle biológico podem ser maneiras de reduzir a necessidade e os gastos com os defensivos, além de maximizar sua eficiência quando houver a necessidade do uso.
Fonte: Ipam, Agropos, Mais Soja, Upis, Ipam, Blog Aegro, Embrapa, Abifina.
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