Summit Agro
O que é inversão térmica e qual é o impacto disso na agricultura?
Fenômeno de inversão térmica é natural, mas pode ser potencializado pela poluição atmosférica
2 minutos de leitura 04/11/2021 - 12:42
Por: Summit agro
Chuva, vento e temperatura são aspectos importantes e, óbvio, do clima que os agricultores precisam lidar nas culturas. Entretanto, existem outras características climáticas não tão evidentes que afetam também o gerenciamento das lavouras — uma delas é um fenômeno chamado “inversão térmica”.
O que é uma inversão térmica?
Em condições normais, o Sol aquece a superfície da Terra. À medida que a temperatura do ar perto do solo aumenta, o vento mistura o calor com o ar mais frio acima, permitindo a dispersão de gotículas de spray de água na atmosfera. Logo, uma inversão térmica é o oposto disso: uma camada de ar quente é aprisionada entre o ar mais frio no alto da atmosfera e o mais frio e denso próximo à superfície da Terra, sendo resultado da menor intensidade solar.
A camada de ar quente impede o movimento vertical da camada de superfície fria, criando condições muito estáveis. A inversão térmica é facilmente reconhecível, uma vez que a névoa ou fumaça tende a se concentrar perto da superfície da terra, estendendo-se horizontalmente.
O fenômeno climático natural geralmente começa a se formar no final do dia, perto do anoitecer (três a cinco horas antes do pôr do sol), e dura do anoitecer (intensificando-se ao longo da noite) até o nascer do sol. À medida que este aquece a superfície da Terra pela manhã e o ar se mistura, a inversão se dissipa; no entanto, a inversão pode acontecer em outros horários, principalmente em vales, áreas onde a topografia do terreno dificulta a circulação atmosférica.
Qual é o impacto do fenômeno no agronegócio?
A inversão térmica é relevante porque o efeito de camadas de ar altera a circulação dos ventos. Isso pode prejudicar a dissipação prevista de soluções de pulverização de agrotóxicos usadas por produtores agrícolas.
Sob uma inversão térmica, os defensivos agrícolas têm o potencial de se mover em grandes distâncias para fora do local esperado, em vez de se dissipar e se diluir — como acontece em condições atmosféricas normais.
Os produtores agrícolas não querem que a aplicação de agrotóxicos se mova para fora do local de forma que possa afetar negativamente as áreas não alvo. Além do impacto ambiental, a deriva de agrotóxicos pode causar prejuízo em diversas culturas mais sensíveis aos produtos aplicados.
A deriva de defensivos agrícolas é uma parte crítica e rotineira dos procedimentos de aplicação desses insumos. Isso é especialmente importante ao usar herbicidas mimetizadores das auxinas, como o 2-4-D e Dicamba, os quais têm características que os tornam mais voláteis e, portanto, mais afetados pelas correntes de ar laterais.
Como prevenir a deriva de agrotóxicos?
A deriva de defensivos agrícolas pode ser prevenida ao evitar a sua pulverização durante a ocorrência da inversão térmica. O fenômeno pode ser identificado visualmente pela presença de fumaça ou poeira pairando no ar ou movendo-se lateralmente.
Além disso, existem instrumentos capazes de identificar a inversão, como o uso de termômetros para comparar a temperatura do ar a 15 centímetros e a 3 metros do solo. Isso pode ser realizado com sensores colocados na lavoura ou implantados em tratores, que fornecem as condições climáticas em tempo real.
Fonte: Mundo Educação.
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