PUBLICIDADE

Summit Agro

O que é e como é aplicado o manejo biológico de pragas?

O controle biológico é uma alternativa mais sustentável para o controle de pragas do que o uso intensivo de defensivos

5 minutos de leitura 31/08/2023 - 13:59

Nome Colunistas

Summit agro

Um estudo publicado na revista Nature, em 2019, estimou que o mundo perde, em média, 22,5% da produção dos cinco alimentos mais produzidos do mundo (arroz, trigo, soja, milho e batata) para pragas nas culturas. Após décadas de evolução e do uso desenfreado de agrodefensivos, o mundo volta a reconhecer a importância do manejo biológico de pragas para garantir a sustentabilidade ambiental.

Químicos e agrodefensivos são fundamentais para garantir uma alta produtividade em um mundo no qual a demanda por alimentos só aumenta. Porém, o uso demasiado e a aplicação acima da indicação causam uma série de danos para o meio ambiente e para a saúde humana, e podem, inclusive, fortalecer os parasitas.

Grandes áreas de monocultura constantemente expostas ao controle químico podem gerar pragas e doenças resistentes aos defensivos. Com isso, cada vez mais os produtos agressivos precisam ser utilizados, diminuindo a produtividade e aumentando os riscos ambientais. Nesse contexto, o controle biológico volta a ser um fator importante na equação, seja como único defensivo utilizado, seja para compor uma estratégia de defesa juntamente a defensivos químicos.

O que é manejo biológico?

Manejo ou controle biológico (CB) é uma tática de manejo de pragas e doenças que afetam culturas agrícolas, que tem como características a utilização de organismos vivos para controlar as pragas e os patógenos. Seu objetivo principal é controlar as pragas utilizando seus inimigos naturais.

A partir desse princípio, várias técnicas foram desenvolvidas que podem recorrer a macro ou microrganismos. Os diferentes métodos de controle biológico podem ser divididos em três grandes modalidades: o parasitismo, a predação e a patogenicidade.

PUBLICIDADE

O parasitismo consiste na liberação de organismos que utilizarão o corpo dos organismos pragas como hospedeiros. Assim, o parasitoide pode não causar a morte imediata da praga, mas utiliza o seu ciclo de vida para explorar recursos. Esse método diminui a população da praga a longo prazo e garante a continuidade do ciclo de vida dos organismos que controlam os parasitas.

A predação é a liberação de organismos que consomem as pragas, sejam insetos e ácaros, sejam plantas doentes. Os predadores podem ser locais e naturais ou organismos trazidos de diferentes localidades que se alimentem da praga em questão.

Por fim, a patogenicidade é um método de controle biológico que utiliza microrganismos. Eles são aplicados na cultura e infectam hospedeiros, como fungos, bactérias, vírus ou outros agentes biológicos e, com o tempo, os seres infectados (insetos, vírus ou plantas) morrem.

Como é feito o controle biológico?

O CB pode ser realizado de algumas maneiras principais, entre elas o controle biológico clássico, o conservativo ou natural, e o aplicado.

No controle biológico clássico, um inimigo natural da praga é importado e liberado em número pequeno (liberações inoculativas) nos cultivos. Podem ocorrer novas liberações conforme a necessidade, mas a tendência é que o predador se reproduza e mantenha a sua população, portanto, essa é considerada uma medida de longo prazo.

PUBLICIDADE

O controle biológico conservativo ou natural trata da prática de subsidiar o maior desenvolvimento de uma população predadora das pragas que já existem na região. Dessa forma, sua população aumenta e, consequentemente, consome mais o alvo, diminuindo a população da praga. 

Este método é mais sustentável, já que não insere organismos de outros ecossistemas na região. Para preservar esses inimigos naturais, podem ser usados produtos fitossanitários, além de ser recomendado prover fontes de alimentos e realizar a manutenção de habitats naturais.

No controle biológico aplicado, são liberadas grandes quantidades de agentes de controle (inundativas) na região afetada pela praga. Esse método gera um controle mais rápido e pode ser realizado independentemente do tamanho da área. O controle aplicado de seres microbiológicos se assemelha, em técnica, aos métodos de aplicação de defensivos químicos.

No Brasil, cerca de 60% dos produtos destinados ao controle biológico dizem respeito a agentes microbiológicos.

Vantagens e desvantagens do controle biológico

O manejo biológico de pragas se destaca principalmente em razão da proteção ambiental. Por não causar maiores desequilíbrios nos ecossistemas, ele protege o meio ambiente e a biodiversidade. Além disso, não oferece riscos de contaminação à saúde humana e não gera pragas-alvo resistentes.

PUBLICIDADE

Quando é programado e acompanhado por profissionais, o efeito do controle biológico é bem mais duradouro, diminuindo os custos com defensivos e as perdas na produção.

Apesar dos benefícios, o controle biológico também apresenta desvantagens em relação a métodos mais comuns de controle de pragas. Uma das principais queixas dos produtores rurais é o tempo para os resultados ocorrerem. 

Uma boa estratégia de CB também exige conhecimento técnico ou a consultoria profissional, o que, com a necessidade de gerenciamento, pode causar alguns gastos inesperados.

Uma das principais dificuldades para a implementação de controle biológico é a tradição. Muitos produtores são resistentes à ideia de “criar” organismos que se tornarão predadores, e preferem eliminá-los. 

Por fim, o controle biológico também sofre com relação a fatores externos, eventos climáticos extremos (temperatura, luminosidade, chuvas, etc.) podem afetar as populações. Estas também podem sofrer e ter os números diminuídos pela influência de produtos fitossanitários aplicados na região.

PUBLICIDADE

Como aplicar o controle biológico em sua propriedade?

Indica-se que o desenho da estratégia do controle biológico e a sua aplicação sejam realizados por profissionais qualificados ou consultorias. Profissionais vão analisar as principais pragas-alvo e aplicarão o melhor produto para a região.

Dependendo do tamanho e do tipo da plantação, além dos objetivos do produtor, uma estratégia que mescle os controle biológico com produtos fitossanitários pode ser indicada.

Fonte: Embrapa, Revista Nature, EMDAGRO Sergipe

PUBLICIDADE
Agro Estadão Newsletter
Agro Estadão Newsletter

Newsletter

Acorde bem informado
com as notícias do campo

Agro Clima
Agro Estadão Clima Agro Estadão Clima

Mapeamento completo das
condições do clima
para a sua região

Agro Estadão Clima
VER INDICADORES DO CLIMA

PUBLICIDADE

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.