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Summit Agro

O que é capim-amargoso e como o evitar nas plantações?

Saiba mais dessa erva daninha que preocupa grande parte de produtores rurais de todo o Brasil

3 minutos de leitura 26/04/2023 - 11:14

Por: Summit agro

Ervas daninhas estão entre as principais preocupações de produtores rurais dos mais diversos segmentos. No Brasil, uma em especial, o capim-amargoso, atinge todo o território, incluindo lavouras de algumas das principais culturas do País.

O capim-amargoso, cujo nome científico é Digitaria insularis, é uma planta nativa de regiões tropicais e subtropicais da América. Também é popularmente chamado de capim-flecha, capim-açu, capim-pororó e milheto grande. A planta tem ciclo perene e pode viver mais de dois anos. Confira mais dessa erva daninha e como a evitar.

Características e infestações do capim-amargoso

Uma das características mais preocupantes é que o capim-amargoso produz estruturas de reserva, chamadas rizomas, que são subterrâneas e garantem à planta grande capacidade de crescimento, de reprodução e de recuperação em caso de corte mecânico e da ação de herbicidas. As estruturas de reserva se formam 45 dias após a planta emergir, por isso existe a necessidade de a combater o quanto antes.

Apresenta rápida germinação, com crescimento e florescimento acelerados, rápida disseminação e grande facilidade de propagação, com adaptação a diferentes solos e climas. Tem grande capacidade de absorver nutrientes e água do solo, por isso compete com a cultura das lavouras; ainda, pode liberar toxinas que prejudicam o desenvolvimento de outras plantas e diminuem a qualidade dos grãos.

Além do dano causado no progresso das lavouras, o capim-amargoso atrapalha a colheita. Quando está desenvolvida, a planta se mistura com a cultura principal e dificulta a separação, podendo causar a maturação desuniforme da produção afetada.

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O capim-amargoso produz cerca de 100 mil sementes por inflorescência, que são espalhadas pelo vento ao longo de todo o ano; assim, estima-se que a erva daninha ocupe 8,2 milhões de hectares no Brasil. Ela é bastante presente em plantações de café, milho e soja e apresenta resistência ao glifosato, principal defensivo utilizado na cultura da soja.

Dois fatores contribuíram para o aumento da infestação de capim-amargoso no Brasil. O primeiro foi a expansão do plantio direto a partir da década de 1990. Essa técnica aboliu o revolvimento do solo, que destruía as estruturas de reserva da planta e impedia o rebote dela. A segunda foi a larga utilização de herbicidas, que fez que diferentes populações se adaptassem e apresentassem resistência ao glifosato e até a graminicidas. Há o risco de que unidades com resistências múltiplas emerjam nos próximos anos.

Combate ao capim-amargoso

A principal forma de combater o capim-amargoso é com a aplicação de herbicidas. O momento ideal para isso é em entressafras, quando as opções de ação aumentam. Os produtos devem ser usados em estágios de desenvolvimento precoce, sendo separados para casos de pré e pós-emergência.

Na pré-emergência, os herbicidas são aplicados após a semeadura e antes do afloramento do capim-amargoso. Essa técnica é indicada para áreas com grandes infestações e tem ótimo custo-benefício para o produtor, pois diminui a necessidade de aplicação no pós-emergência e previne o surgimento de plantas resistentes.

O pós-emergência é quando a aplicação de herbicidas acontece após o afloramento do capim-amargoso. Normalmente, ocorre quando a planta tem até três perfilhos, o que se dá por volta do 35º dia de desenvolvimento. Nesses casos, a necessidade de novas aplicações é maior por causa das estruturas de reserva da planta, que também podem necessitar de herbicidas de contato.

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Outras práticas de manejo do capim-amargoso

Outras práticas podem ajudar a evitar o surgimento e o desenvolvimento do capim-amargoso. A rotação de culturas e o rodízio de defensivos são algumas das soluções, assim como a utilização de sementes isentas de infestantes. Além disso, é importante realizar a limpeza de máquinas agrícolas para evitar possíveis contaminações e parar a reprodução inicial de ervas daninhas.

Em cafezais e em outras culturas com grandes entrelinhas, é importante fazer a cobertura vegetal do solo. Quando a terra é coberta com alguma vegetação, como o capim braquiária, pode haver benefícios como a compactação dela e a prevenção da erosão, além de ajudar a evitar o aparecimento de ervas daninhas.

Fonte: Embrapa, Agropos, Aegro, Mais Soja

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