Summit Agro
Mulheres no campo: o impacto do aumento de lideranças femininas
ONU diz que de 1,3 bilhão de pequenos agricultores do mundo 43% são mulheres, no Brasil a maioria está em papel de liderança
3 minutos de leitura 13/03/2020 - 10:05
Por: Summit Agro
É crescente o número de mulheres no campo. Cada vez mais o sexo feminino marca presença no agronegócio, seja como pecuaristas, pesquisadoras, agricultoras, executivas de empresas ou empreendedoras. Segundo dados da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW) — instituição pertencente à Organização das Nações Unidas (ONU) — do 1,3 bilhão de pequenos agricultores do mundo todo, 43% são mulheres.
O aumento da presença delas no ambiente rural também foi detectado pelo IBGE. De acordo com esse instituto, elas estão assumindo cada vez mais a posição de liderança. Entre 2006 e 2017, o número de mulheres na direção de estabelecimentos agropecuários passou de 12,7% para 18,7%, totalizando 946 mil mulheres no campo em posições chaves. Além disso, cerca de 817 mil lideraram empreendimentos em parceria com o cônjuge.
Por que há mais mulheres nas áreas rurais?
De acordo com um relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), um dos fatores do crescimento de mulheres à frente nas regiões rurais é o aumento de pessoas qualificadas. “O aumento da formalização dos postos de trabalho ocorreu na economia como um todo e para os dois sexos nesse período”, afirma Nicole Rennó Castro, pesquisadora do Cepea.
Em virtude disso, elas começaram a ocupar mais cargos de liderança em todas as áreas, incluindo a rural. “Para o agronegócio, foram criadas vagas bastante qualificadas, que foram ocupadas por mulheres de maneira mais acentuada”, destaca Nicole. Além desse, outros fatores também podem ser identificados como motivo desse aumento.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a evolução tecnológica é outro fator que explica esse processo. “O agronegócio de hoje não é mais o da força física”, afirmou José Luiz Tejon, professor e coordenador responsável pelo conteúdo do congresso. “A tecnologia transformou semeadeiras e colheitadeiras em máquinas de altíssima tecnologia e, com essa disrupção, não é preciso músculos — e sim estudo para tirar delas o melhor resultado”, disse Tejon.
O papel das mulheres no campo
Mais do que mudanças estatísticas, a presença feminina já vem sentindo efeitos práticos no setor agropecuário. Teka Vendramini é a primeira mulher a ocupar uma diretoria na Sociedade Rural Brasileira (SRB) em 100 anos de existência da entidade.
No fim do ano passado, ela foi a responsável por intermediar um embate na Assembleia Legislativa de São Paulo, no qual os ruralistas queriam derrubar o veto à exportação de bois vivos. Foi Vendramini quem articulou uma posição entre as diferentes entidades. “Todo mundo sabe da existência e da atuação do outro, mas não há uma coesão na hora de agir”, ela afirmou.
Portanto, por conta dessa atuação da diretora, o conflito foi resolvido. “Como eu era a única mulher entre mais de 50 confinadores, exportadores e produtores, pude articular melhor para a gente se unir e conversar”, explicou Teka.
É óbvio que não é só na solução de conflitos que as mulheres atuam. Conforme um estudo da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), elas são mais propensas a adotar as tecnologias no campo. A pesquisa mostra que 20,1% estão interessadas em aprender mais sobre o mercado tecnológico. A consequência disso é uma evolução mais rápida nos processos do campo, já que diversas técnicas novas estão sendo criadas e desenvolvidas a cada dia.
Vários outros aspectos positivos poderiam ser listados com o aumento da liderança das mulheres no campo e seus impactos. Dentre eles, destacam-se os benefícios que essa transformação tem trazido e continuará trazendo ao agronegócio.
Fonte: CNA; Agricultura e Agência Brasil.
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