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Mosca-de-estábulo: conheça e entenda como controlar a praga
Surtos da praga atacam principalmente equinos e bovinos, prejudicando o ganho de peso dos animais em até 30%
3 minutos de leitura 18/07/2022 - 10:00
As moscas-de-estábulo são insetos de hábitos diurnos que se reproduzem com facilidade quando entram em contato com excrementos e outros subprodutos orgânicos no chão. O inseto adulto é um voador de grande mobilidade e infesta fazendas, causando uma série de prejuízos a pecuaristas. No caso dos bovinos, os danos no ganho de peso podem chegar a 30% e a produção leiteira pode diminuir pela metade.
Continue a leitura para saber mais do inseto, quais são os danos que ele causa aos criadores de animais e algumas estratégias para combater a praga.
Como reconhecer a mosca-de-estábulo?
A mosca-de-estábulo, conhecida cientificamente como Stomoxys calcitrans, mede de 4 milímetros a 7 milímetros de comprimento na fase adulta e apresenta coloração cinza com faixas escuras no tórax e no abdômen. Pertencente à família dos muscídeos, ela pode ser confundida com o mosquito doméstico, mas se diferencia pelo aparelho sugador, que é projetado para a frente a fim de possibilitar a alimentação.
O ciclo de vida da mosca-de-estábulo dura cerca de duas semanas a três semanas em temperaturas quentes, mas pode chegar a dois meses em climas temperados. Tudo começa quando a fêmea adulta põe ovos em matérias orgânicas que estejam decomposição ou em fezes de animais. A cada desova, o inseto pode liberar até 50 ovos, que eclodem em larvas e se tornam pupas; na fase adulta, eles saem do solo para se alimentar, acasalar e continuar a reprodução.
Os danos causados pela mosca-de-estábulo
As moscas-de-estábulo se alimentam do sangue de animais, e as picadas dela geram diversos prejuízos para os pecuaristas, pois, além de causarem dores e estresse, esses insetos podem ser vetores de vários patógenos — como bactérias, vírus e fungos — e de Trypanosomas como o evansi e o vivax.
Em equinos, as moscas também podem transmitir o agente da habronemose gástrica e cutânea, bem como o vírus da anemia infecciosa. Em ruminantes, podem, ainda, disseminar o Setaria cervi, parasita que vive na cavidade peritoneal dos animais.
É comum que infestações da espécie atinjam equinos, suínos e bovinos, mas o último grupo é o que mais sofre com o problema. Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), bois e vacas picados pela espécie perdem de 10% a 30% do peso e reduzem a produção leiteira em até 50%. Como resultado, estima-se que os pecuaristas brasileiros tenham prejuízos por volta de US$ 300 milhões por ano.
Como controlar surtos da mosca-de-estábulo?
A prevenção é a melhor solução para evitar surtos da mosca-de-estábulo. Como a espécie se reproduz principalmente em materiais orgânicos em decomposição e em fezes de animais, o ideal é fazer o manejo sanitário adequado desses insumos.
A principal ação preventiva para evitar focos de reprodução desses mosquitos é fazer a compostagem de resíduos orgânicos para que sejam utilizados como adubo. Outra ação primordial é o controle de vazamentos e de acúmulos de água que possam formar empoçamentos.
Se as medidas de prevenção não impedirem um surto, o controle de pragas deve ser feito com inseticidas liberados para aplicação em animais. Essa alternativa parece ser ideal a curto prazo, mas, com o passar do tempo, mostra-se ineficaz, pois a praga pode se desenvolver e criar populações cada vez mais resistentes aos pesticidas.
Caso o quadro de infestação em uma fazenda atinja o ponto mais grave, o pecuarista deve procurar assistência técnica na região e investir em controles químicos, sempre com o acompanhamento de um profissional da área.
Fonte: Giro do boi, A lavoura, Desinservice, Embrapa
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