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Mosca da carambola: conheça os impactos e danos dessa praga

Um simples foco da mosca da carambola pode colocar em risco plantações e atividades econômicas

3 minutos de leitura

17/02/2020

Entre junho e julho de 2019, sete municípios do Estado de Roraima entraram em quarentena devido aos problemas causados pela mosca da carambola, considerada a principal ameaça à produção nacional de frutas.

Perigos da mosca da carambola

As chamadas moscas-da-fruta estão entre os organismos e pragas que mais causam danos à fruticultura do País. O Brasil tem cerca de 100 espécies delas, algumas categorizadas como pragas quarentenárias, que são organismos de origem vegetal ou animal que, mesmo sob rígido controle, representam um risco à economia agrícola.

A mosca da carambola (Bactrocera carambolae) não é de origem nacional, mas é categorizada como quarentenária e percorreu um longo caminho até aqui. Oriunda da Indonésia, chegou ao Suriname em 1975, com a confirmação oficial uma década depois, em 1986; no Brasil, os primeiros registros foram feitos em 1996 no Amapá. Desde então, agências de controle e defesa agropecuária, bem como organismos do governo, atuam rigorosamente para mantê-la sob controle. O principal risco dessa praga envolve impactos ambientais e socioeconômicos, especialmente quando se dispersa por outras regiões.

Mais de 100 espécies de frutíferas são atacadas pela mosca da carambola em sua localidade de origem. No norte do País, principalmente nos estados de Roraima e Amapá, esse inseto costuma atacar frutos carnosos, como jambo, manga, acerola, biribá, goiaba e carambola.

A título de curiosidade, a mosca leva “carambola” no nome apenas por esse ser um de seus frutos preferidos, mas estima-se que possa haver uma série de outros hospedeiros que ainda não foram identificados. No Suriname, por exemplo, que está situado próximo do Amapá, já foram registradas 20 espécies de frutos hospedeiros.

Danos

A dispersão e o ataque da mosca da carambola levam a perdas significativas na produção, uma vez que os frutos infestados não conseguem seguir com seu desenvolvimento normal e caem antes do tempo. Além disso, as medidas usadas para o controle desse tipo de praga provocam aumento dos custos de produção.

Os impactos também abrangem a perda de valor comercial das frutas. A presença da mosca da carambola pode fazer com que o País perca a participação em mercados fundamentais, pois as regras de segurança e saúde exigem que a importação seja suspensa quando há focos da praga em alguma região.

Em relação aos danos aos frutos, as larvas da mosca podem afetar por completo a polpa, fazendo com que eles fiquem inviáveis para o consumo. Para depositar as larvas, as moscas fazem furos nas frutas para colocar os ovos, ponto no qual principia o apodrecimento.

Um aspecto importante sobre essa praga e que foi verificado no Suriname é a alta tendência de se fixar nas proximidades de rodovias, especialmente em locais em que há maior agrupamento de pessoas e oferta de frutíferas, tais como igrejas, escolas, pequenas comunidades e jardins. Como não têm nenhuma dificuldade em se estabelecerem em locais muito menores que as plantações comerciais, isso contribui significativamente para a sua dispersão.

Trabalho preventivo

De acordo com o Ministério da Agricultura, caso a mosca da carambola saia do controle no País, os prejuízos podem chegar à faixa de 30,7 milhões de dólares no primeiro ano. Devido a isso, os trabalhos de prevenção têm como principal objetivo evitar que a praga chegue e se instale nas regiões produtoras e exportadoras de frutas. Se elas forem atingidas e as principais exportações forem suspensas, os prejuízos anuais podem chegar a R$ 400 milhões.

No Brasil, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) já registrou 21 espécies de vegetais que também servem de hospedeiros para a mosca da carambola. Mas, apesar de causar grandes danos e ter um alto poder de destruição, estudos comprovam que a erradicação dessa mosca não chega a ser um processo complexo e pode até ser considerado de baixo custo, quando feita a comparação com outras espécies, como a mosca do mediterrâneo.

Em várias regiões do mundo, o método de aniquilação dos machos da espécie se mostrou muito efetivo para o controle das moscas. O Japão fez isso nas ilhas meridionais e os Estados Unidos usaram a técnica na Califórnia para acabar com moscas-da-fruta.

No Brasil, a Embrapa tem estudos e projetos para o controle da mosca da carambola, entre outras pragas, por meio da inserção de inimigos naturais, como microvespas oriundas da Ásia.

Fonte: Embrapa

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