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Extrativismo: o que é e qual sua aplicação no agronegócio
Prática do extrativismo tem impacto na economia, indústria e no meio ambiente

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01/11/2021 - 15:00

Com impactos econômicos e ambientais, o extrativismo, atividade presente desde os primórdios da humanidade, tem total relevância para o cenário do agro, principalmente no Brasil.
Saber suas aplicações e consequências permite avaliar pontos de melhoria e expectativas para o futuro do setor.
O que é o extrativismo?
Uma das tarefas mais antigas feitas pelo ser humano, o extrativismo, como o nome já sugere, é definido como a ação de extrair recursos naturais, seja manualmente ou com auxílio de máquinas.
Usado inicialmente para subsistência, quando a humanidade era nômade, ainda hoje a atividade é amplamente praticada em diversas escalas, desde a familiar até a industrial.
O extrativismo é fundamental para o fornecimento de matérias-primas para diversas indústrias, incluindo a alimentícia, a de construção civil e a de energia.
O extrativismo pode se dar com frutos, madeira, animais e minérios. Quando passou a ser uma atividade em escala industrial, no entanto, se tornou uma ameaça ao meio ambiente.
Isso porque pedaços quilométricos de terra são devastados e sua recomposição não acontece no mesmo ritmo da extração. Além disso, a exploração excessiva pode levar à exaustão dos recursos naturais, comprometendo a disponibilidade para as futuras gerações.
Extrativismo: modalidades principais

Vegetal
Diferente da agricultura, o extrativismo vegetal se dá no recolhimento da flora que nasce e se desenvolve espontaneamente no ambiente natural, sem necessidade de plantio e cultivo.
Pode se dar com frutos, raízes, madeira e até mesmo secreções de algumas espécies, como o látex, que vem da seringueira. Além desses, podem ser extraídos óleos, resinas, fibras e outros produtos não madeireiros.
O extrativismo vegetal desempenha um papel importante na economia de muitas comunidades tradicionais, que dependem da coleta sustentável de produtos da floresta para sua subsistência.
Mineral
Seja de rios, mares ou do solo, minérios podem ser encontrados, recolhidos e aproveitados de diferentes maneiras.
O processo, que já foi essencialmente manual, hoje é mecanizado em praticamente todas as suas etapas. Isso potencializa as alterações nos ecossistemas e paisagem onde é realizado.
A mineração moderna envolve a utilização de tecnologias avançadas, como perfuração, detonação e processamento químico, que podem gerar impactos ambientais significativos se não forem devidamente controladas.
Economicamente, o ferro, petróleo, manganês, bauxita, níquel, ouro e prata podem ser considerados os minérios mais importantes.
A extração desses minerais impulsiona a economia global, fornecendo matérias-primas essenciais para a indústria, a construção civil e a produção de energia.
Animal
Trata-se da pesca e da caça, atividades milenares destinadas à alimentação e sobrevivência. Enquanto a primeira é largamente realizada, a caça tem diferentes regulamentações ao redor do mundo, com definições sobre locais ou animais permitidos.
A pesca, em particular, é uma importante fonte de alimento para bilhões de pessoas em todo o mundo, mas a sobrepesca e a destruição de habitats marinhos ameaçam a sustentabilidade dessa atividade.
A caça, por sua vez, é frequentemente regulamentada para proteger espécies ameaçadas de extinção e garantir a conservação da biodiversidade.
Extrativismo no Brasil
No território brasileiro, a ação extrativista, que começou com a retirada de pau-brasil no período de exploração portuguesa, hoje é dominada principalmente pelo minério de ferro e petróleo, produtos exportados.
Em algumas regiões, porém, o extrativismo vegetal ainda é praticado, destinado em sua maioria à subsistência. A extração de recursos naturais tem sido uma importante fonte de receita para o Brasil ao longo de sua história, mas também tem gerado impactos ambientais e sociais significativos.
Hoje, no entanto, a retirada de recursos vegetais se dá, principalmente, com madeira — destinada à construção e à produção de papel.
Na parte de frutos, destaca-se a extração de castanha (que também é usada na produção de cosméticos), palmito, buriti (cujo óleo tem diversas propriedades e aplicações), e carnaúba (aproveitada desde suas folhas até as raízes).
A exploração sustentável desses recursos pode gerar renda para as comunidades locais e contribuir para a conservação da floresta.
Os peixes, responsáveis pela manutenção de comunidades de pescadores ao redor do Brasil, são os únicos animais com retirada permitida por lei. Apesar disso, há regulamentações sobre quais espécies podem ser extraídas e em qual período do ano.
A pesca ilegal e a destruição de manguezais e outros habitats costeiros representam uma ameaça para a pesca sustentável no Brasil.
Por fim, minérios contam para a balança comercial do País, dado que são encontrados em abundância e exportados para outras partes do mundo. No território brasileiro estão presentes alumínio, cobre, estanho, ouro, prata, ferro, níquel, zinco, entre outros.
Em alguns casos, o Brasil se posiciona como líder mundial de produção. Sal e Petróleo são outros destaques da extração mineral. A mineração em larga escala pode gerar impactos ambientais significativos, como a contaminação do solo e da água, o desmatamento e a perda de biodiversidade.

Consequências do extrativismo
O extrativismo, quando praticado de forma predatória e sem planejamento, pode gerar diversas consequências negativas para o meio ambiente e para a sociedade. Entre os principais impactos, destacam-se:
- Desmatamento: A extração de madeira e a mineração frequentemente levam ao desmatamento de grandes áreas de floresta, com a consequente perda de biodiversidade, aumento da erosão do solo e emissão de gases de efeito estufa.
- Poluição: A mineração pode contaminar o solo e a água com metais pesados e outros produtos químicos tóxicos, prejudicando a saúde humana e a vida selvagem. A queima de combustíveis fósseis libera poluentes atmosféricos que contribuem para o aquecimento global e a acidificação dos oceanos.
- Perda de biodiversidade: A destruição de habitats naturais e a exploração excessiva de espécies podem levar à extinção de plantas e animais, comprometendo a diversidade biológica do planeta.
- Conflitos sociais: A disputa por recursos naturais pode gerar conflitos entre empresas, comunidades locais e povos indígenas, resultando em violência e violações de direitos humanos.
- Mudanças climáticas: A emissão de gases de efeito estufa provenientes da extração e do processamento de combustíveis fósseis contribui para o aquecimento global e as mudanças climáticas, com consequências como o aumento do nível do mar, eventos climáticos extremos e a desertificação de áreas agricultáveis.
Para mitigar esses impactos, é fundamental que o extrativismo seja praticado de forma sustentável, com o uso de tecnologias limpas, o respeito aos direitos das comunidades locais e a implementação de políticas públicas que incentivem a conservação ambiental e a diversificação econômica.

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