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Doença de Newcastle: quais são os impactos para o agronegócio?

Considerada a doença com maior impacto econômico entre as patologias em animais, Newcastle pode infectar aves e até seres humanos

2 minutos de leitura 18/07/2020 - 10:58

Por: Summit Agro

A doença de Newcastle (DN) pode devastar uma granja em poucos dias. A peste aviária, como também é conhecida, tem sintomas difíceis de identificar, grande facilidade de transmissão e alto índice de mortalidade. A enfermidade é considerada de maior impacto econômico, podendo causar prejuízos por mortes, quedas de desempenho produtivo e condenações no abatedouro.

O vírus paramyxovírus aviário tipo 1 (APMV-1), causador da Newcastle, pode afetar uma série de aves, répteis, mamíferos e inclusive seres humanos. A ocorrência deve ser imediatamente notificada à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), e regiões com surto da patologia podem ser proibidas de exportar aves e sofrer outras sanções.

Características da Newcastle

A transmissão da DN é realizada do animal doente para outros diretamente, por meio de aerossóis respiratórios ou fezes, ou indiretamente, por utensílios ou alimentos contaminados. As aves demoram, em média, cinco dias para manifestar sintomas comuns, como bronquite infecciosa, laringotraqueíte, coriza e doença crônica respiratória.

As espécies da ordem Galliformes, como galinhas, perus, faisões e pavões, são mais suscetíveis à infecção viral. Patos e gansos também podem ser infectados, mas são mais resistentes à manifestação da doença. Em humanos, o período de incubação é de 24 horas, e os sintomas incluem conjuntivite, lacrimejamento e edema nas pálpebras.

O Brasil tem um sistema de vacinação animal para prevenir o surto viral preparado com estirpes não patogênicas do APMV-1. Uma atenção especial deve ser dada para aves de maior longevidade, como poedeiras e reprodutores, para as quais o programa de vacinas inclui diversas revacinações.

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Surtos da doença

O primeiro surto conhecido da doença aconteceu em 1926, em Java (Indonésia) e Newcastle (Inglaterra). Ao longo dos anos, a patologia se espalhou pelo mundo e já provocou pelo menos três panzootias (conceito semelhante ao de pandemia, mas aplicado a enfermidades animais). A última crise aconteceu no fim da década de 1970 e, a partir do Oriente Médio, atingiu a Europa e o resto do mundo.

No Brasil, o primeiro relato da peste aviária aconteceu na década de 1950, em surtos em Belém do Pará (PA) e Macapá (AP). A partir de então, o País vem adotando medidas preventivas consolidadas no Programa Nacional de Sanidade Avícola, instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 1994.

Desde 1997, não são registrados surtos causados pelo APMV-1 em criatórios comerciais no território brasileiro. No mesmo ano, estirpes do vírus foram identificadas em avestruzes importados em São Paulo e no Paraná. Ocorrências também foram registradas em galinhas e patos de quintal no Rio de Janeiro, em Goiás, no Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Amazonas no período de 2000 a 2008.

Fonte: AviNews, Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Tocantins (Adapec) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

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