Summit Agro
Milho: conheça a história do grão no Brasil
Presente no País desde antes da colonização, o milho se tornou um importante produto agropecuário para a balança comercial brasileira
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24/05/2021 - 15:37
Em 24 de maio, foi comemorado o Dia Nacional do Milho, cultura que figura como uma das principais forças da produção agrícola brasileira. Foram mais de 100 milhões de toneladas colhidas nas duas últimas safras — a previsão para 2020/2021 é de 106 milhões, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O montante corresponde a cerca de 40% da safra total de grãos do País, perdendo apenas para a soja. No mundo, somos o terceiro maior produtor de milho, atrás dos Estados Unidos e da China. Contudo, a importância desse grão para o Brasil não vem de hoje.
Isso porque o milho cresce em território nacional desde antes da colonização — acredita-se que o grão tenha sua origem no México e seja plantado pelos povos indígenas de toda a América há milhares de anos. Ao longo do século 20, conforme a agricultura se transformou em agronegócio, o milho se tornou uma importante força econômica.
Destino da produção de milho
O milho é utilizado na alimentação humana como ingrediente para pratos tradicionais e também em balas e sorvetes. Além disso, é componente de várias aplicações industriais, por suas propriedades de espessante ou colante. Nas últimas décadas, o milho se tornou também uma boa alternativa de biocombustível, além do etanol de cana-de-açúcar.
Contudo, o principal uso do milho, até hoje, é para a ração animal, pois é indispensável em fazendas de bovinos para a produção de carne e laticínios. Cerca de dois terços de toda a produção tem essa finalidade.
Uma cultura cada vez mais produtiva
Na safra 2020/2021, 19,8 milhões de hectares foram destinados ao plantio do milho, de acordo com dados da Conab — cerca de 70% a mais do que na temporada 1976/1977, a mais antiga disponível no banco de dados.
A produtividade também evoluiu nas últimas quatro décadas: era de 1,6 tonelada por hectare e hoje passa de 5 toneladas por hectare. Mesmo que as últimas duas safras tenham tido uma leve queda na produtividade — do pico de 5,7 ton./ha, em 2018, para 5,3 ton./ha na safra atual — ainda é um crescimento relevante. Ainda mais se analisarmos que, há 10 anos, a produção de milho era pouco mais da metade da atual: 57,4 milhões de toneladas em 2010/2011.
Boa parte desse ganho foi possível por conta dos constantes melhoramentos genéticos. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por exemplo, disponibiliza 196 opções de cultivares, cada um adaptado para diferentes regiões e tipos de cultivo.
As safras de milho no Brasil
Outro ganho do setor foi o desenvolvimento da segunda safra do milho. Colhida no inverno, em condições menos favoráveis para o crescimento do grão, ela era chamada de “safrinha” e vista apenas como uma forma de maximizar os ganhos da lavoura de milho.
Contudo, nas últimas décadas, um número cada vez maior de produtores têm escolhido plantar soja na safra principal, de modo que o milho “safrinha” se tornou a principal fonte do grão no País: 79,9 milhões de toneladas, em 2020/21, contra 24,6 milhões da primeira colheita.
A partir de 2019, a Conab começou a contabilizar também uma terceira safra, plantada entre abril e junho, que ocorre principalmente no Nordeste. Essa época responde por 1,73% do total de grãos colhidos.
É nesse contexto que o milho chega a 2021 como uma das principais culturas agrícolas do país, com previsão de safra recorde, preços em alta e grande procura nos mercados interno e externo — cerca de um terço do milho produzido no país é exportado.
Fonte: Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
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