Summit Agro
Conheça a carne carbono neutro e saiba como ganhar esse selo
Entenda o conceito de produção sustentável na pecuária e saiba como aderir a esse tipo de manejo
3 minutos de leitura 12/10/2020 - 12:33
Summit agro
Em todo o mundo, o setor pecuário tem procurado formas mais sustentáveis de produzir em meio a uma equação desafiadora: a população demanda cada vez mais alimentos, energia e outros recursos, que precisam ser produzidos com cada vez menos agressividade em relação ao meio ambiente e à saúde de quem os consome.
Mas, se esse é um quadro preocupante, uma inovação implementada pela Embrapa chega como uma boa notícia: a carne carbono zero. Esta tende a oferecer uma tecnologia de produção que compense os impactos causados pela pecuária e agregue valor ao produto.
Conheça mais sobre essa nova forma de manejo e como aderir a essa forma de produção, que responde a uma necessidade ambiental e a um apelo do público consumidor, que pode estar disposto a pagar pela qualidade na cadeia de produção.
Conceito
A Carne Carbono Neutro (CCN) é uma marca-conceito desenvolvida pela Embrapa, com registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O objetivo é garantir para o consumidor que os gases do efeito estufa gerados pela produção da carne bovina sejam neutralizados por meio de técnicas de manejo florestal.
Segundo a Embrapa, para essa compensação, podem-se adotar os métodos silvipastoril (integração pecuária-floresta, ou IPF) ou agrossilvipastoril (integração lavoura-pecuária-floresta, ou ILPF). Em ambos os casos, o processo é parametrizado e pode ser aditável, para garantia da qualidade e do atendimento às metas ambientais.
O conceito já é usado pela Marfrig, gigante brasileira da área de alimentos à base de proteína animal fundada em 2000. Presente em 12 países e 4 continentes, a empresa lançou a marca Viva, cujos cortes respeitam os valores da CCN e tendem a representar uma das maiores investidas do setor no conceito.
Cálculo
Para atingir o objetivo de neutralizar as emissões de carbono causadas pelos animais, a tecnologia patenteada pela Embrapa prevê a mensuração do carbono emitido e a compensação desse valor pela fixação de carbono que as árvores permitem.
O cálculo de emissões é fixado em 56 kg, 66 kg ou 70 kg de metano (CH) por animal/ano, a depender do tipo de manejo pecuário empregado. Esses são números convencionados como um parâmetro confiável — é possível medir individualmente, mas, por ser um método trabalhoso e caro, só é empregado em pesquisas científicas que demandam um nível de precisão mais sofisticado.
Em relação às árvores, deve-se quantificar o carbono acumulado no fuste (tronco) delas, o que é possível mediante um inventário florestal da propriedade, que mapeará o crescimento real das árvores e seu potencial em fixação de carbono. Uma vez que se tem em mãos esses números, eles são convertidos em CO2 , e o resultado é comparado à emissão de gases dos bovinos.
Selo
A carne que contiver o selo CCN é reconhecida quanto à neutralização do metano entérico. Além disso, é uma forma de referenciar uma produção com conforto e bem-estar animal, uma vez que as árvores oferecem sombra na pastagem — o que implica dizer que métodos de confinamento não estão aptos a receber essa certificação.
Os produtores que desejarem usar o selo do conceito devem adaptar sua produção pecuária. Os principais parâmetros a serem observados são: compromisso de implantação do projeto de sistema de IPF/ILPF, avaliação técnica da emissão de carbono da propriedade, cálculo de carbono fixado na área, cálculo da neutralização das emissões e garantia do estoque de carbono.
Além do ganho ambiental, adotar o conceito CCN pode auxiliar na exportação e na possibilidade de agregar valor à carne. Isso é especialmente relevante para o mercado europeu, que é bastante exigente e que, em virtude de fatores econômicos e culturais, consegue valorizar esse tipo de produto com mais frequência do que em outros locais, a exemplo do próprio mercado nacional.
Fonte: Embrapa e Summit Agro.
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