Compostagem: o que é, como fazer e benefícios na reciclagem

A compostagem pode ser uma excelente forma de incrementar a renda do agricultor. O processo de reciclagem produz fertilizantes orgânicos, que reduzem os custos com adubação das lavouras e ainda melhoram a estrutura do solo, impulsionando a produtividade e oferecendo uma valorização da produção agrícola.

O próprio adubo produzido pela compostagem a partir de restos de culturas, estercos de animais e podas de árvores pode ser comercializado para outros agricultores, jardineiros, paisagistas e até mesmo consumidores finais, ampliando os produtos agrícolas que podem ser oferecidos pela fazenda.

Em alguns casos, a utilização da compostagem pode abrir portas para o acesso a programas de incentivo à agricultura orgânica e sustentável, bem como a certificações que agregam valor aos alimentos produzidos de forma responsável. Essas oportunidades podem trazer benefícios financeiros adicionais e abrir novos mercados para o agronegócio.

O que é compostagem?

A compostagem é um processo natural de decomposição da matéria orgânica, como restos de alimentos, folhas, galhos, estercos de animais e outros resíduos vegetais e animais. Essa decomposição é realizada por microrganismos, como bactérias, fungos e minhocas, em condições adequadas de umidade, oxigênio e temperatura.

Nesse processo de reciclagem, os microrganismos quebram a matéria orgânica em compostos mais simples, transformando-a em um produto final chamado de composto orgânico ou adubo orgânico. Esse material é rico em nutrientes, como nitrogênio, fósforo, potássio e outros minerais essenciais para o crescimento saudável das plantas.

O composto resultante da compostagem pode ser utilizado como adubo em hortas, jardins, pomares e cultivos agrícolas, melhorando a fertilidade do solo, aumentando sua capacidade de retenção de água e nutrientes, estimulando o desenvolvimento das raízes das plantas e promovendo o equilíbrio biológico do ecossistema.

Como fazer a compostagem?

A compostagem é um processo biológico natural e controlado de decomposição da matéria orgânica, como restos de alimentos, folhas, galhos, estercos de animais e outros resíduos de origem vegetal e animal.

Essa decomposição é realizada por uma comunidade diversificada de microrganismos, como bactérias, fungos e actinomicetos, além de organismos maiores como minhocas, ácaros e insetos, que atuam em condições adequadas de umidade, aeração (presença de oxigênio) e temperatura.

Nesse processo de reciclagem, os microrganismos utilizam a matéria orgânica como fonte de energia e nutrientes, quebrando as moléculas complexas em compostos mais simples e estáveis, transformando-a gradualmente em um produto final chamado de composto orgânico ou húmus.

Esse material é rico em substâncias húmicas e nutrientes essenciais para o crescimento saudável das plantas, como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e diversos micronutrientes, liberados de forma lenta e gradual no solo.

O composto resultante da compostagem pode ser utilizado como adubo e condicionador de solo em hortas, jardins, pomares, áreas de reflorestamento e cultivos agrícolas em larga escala.

Sua aplicação melhora a fertilidade do solo, aumenta sua capacidade de retenção de água e nutrientes, melhora a estrutura do solo (reduzindo a compactação e aumentando a aeração), estimula o desenvolvimento das raízes das plantas e promove o equilíbrio biológico do ecossistema do solo, suprimindo doenças e pragas.

1. Escolha um local adequado

O local para a compostagem deve ser arejado, de fácil acesso para adicionar materiais e revolver a pilha, e protegido da chuva excessiva e do sol intenso, que podem ressecar ou encharcar o material.

Pode ser feito diretamente no solo, em leiras ou pilhas, ou em recipientes fechados, como composteiras domésticas ou biodigestores.

2. Separe os materiais

Separe os materiais orgânicos que serão compostados, como restos de frutas, legumes, cascas de ovos, borra de café, podas de jardim (folhas, pequenos galhos, grama cortada), estercos de animais (bovinos, aves, equinos, etc.) e restos vegetais da lavoura.

Evite adicionar materiais que podem causar problemas, como carnes, laticínios, gorduras, fezes de animais domésticos (cães e gatos, devido ao risco de patógenos) e materiais não orgânicos (plásticos, vidros, metais).

3. Triture ou pique

Para acelerar o processo de decomposição e aumentar a área de contato para os microrganismos, é recomendado triturar ou picar os materiais em pedaços menores, especialmente galhos e materiais mais fibrosos.

4. Faça camadas alternadas

A compostagem eficiente requer uma proporção equilibrada de materiais ricos em carbono (materiais secos, como folhas secas, palha, serragem) e materiais ricos em nitrogênio (materiais úmidos, como restos de alimentos, esterco, grama fresca).

Uma proporção C/N (Carbono/Nitrogênio) entre 25:1 e 35:1 é considerada ideal. Pode-se fazer camadas alternadas desses materiais ou misturá-los completamente.

5. Mantenha a umidade adequada

A umidade é crucial para a atividade dos microrganismos. O material deve estar úmido como uma esponja torcida, mas não encharcado. Se estiver muito seco, regue com água. Se estiver muito molhado, adicione materiais secos para absorver o excesso de umidade e melhorar a aeração.

6. Misture os materiais

A compostagem é um processo aeróbico, que requer oxigênio. Revolver a pilha ou misturar os materiais periodicamente (semanalmente ou a cada 15 dias, dependendo do volume e dos materiais) garante a circulação de ar, evita o mau cheiro (que indica falta de oxigênio e decomposição anaeróbica) e uniformiza o processo de decomposição.

7. Aguarde o processo de decomposição

A compostagem leva tempo para se completar, geralmente entre 2 meses e 6 meses, ou até mais, dependendo das condições climáticas, dos materiais utilizados e do manejo.

Durante esse período, a temperatura da pilha tende a aumentar (fase termofílica), o que é um bom sinal da atividade microbiana e ajuda a eliminar patógenos e sementes de plantas invasoras.

8. Utilize o composto

O composto estará pronto para ser utilizado quando apresentar uma coloração escura, cheiro de terra de mata, textura homogênea e não for mais possível identificar os materiais orgânicos originais.

Ele pode ser aplicado diretamente no solo, incorporado antes do plantio, utilizado como cobertura morta ou como componente de substratos para mudas e vasos.

Fonte: Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), Yvy Brasil
eCycle, Universidade da Caxias do Sul (UCS), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)