Summit Agro
Como o agronegócio pode se adaptar às mudanças climáticas?
Com aumento de temperaturas e períodos de seca, agricultores devem estar atentos para manter a produtividade das safras em alta
3 minutos de leitura 26/12/2021 - 11:19
Por: Summit agro
Após a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-26), que foi finalizada em 12 de novembro de 2021, os termos “sustentabilidade” e “resiliência” entraram na pauta de diversos setores da sociedade, entre eles o agronegócio.
Diante de um cenário em que as mudanças climáticas têm provocado eventos extremos em todo o mundo, como o aumento das temperaturas e as grandes temporadas de seca no campo, produtores rurais precisam aprender a evitar os prejuízos e encontrar saídas para desenvolver seus negócios.
Estratégias do agronegócio para o futuro
De certa forma, o Brasil já tem se preparado para os efeitos das mudanças climáticas no agronegócio — ao menos no campo da ciência. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com universidades e outras instituições, tem desenvolvido há mais de uma década projetos de pesquisa voltados ao tema.
Esse processo tem sido levado em consideração para a criação de políticas públicas e boas práticas adotadas no campo e que possam tornar o País uma referência mundial em desenvolvimento de tecnologias para a mitigar a emissão dos gases de efeito estufa (GEE). Esse é um desafio ainda maior para o agronegócio em comparação a outros setores da economia, dada a natureza da área.
Para tentar driblar as adversidades, atualmente a comunidade científica trabalha para desenvolver sementes mais resistentes ao clima seco e que necessitam de menos recursos hídricos para se desenvolver. Além disso, a redução da aplicação de adubos químicos, os sistemas de captação de água das chuvas para uso na irrigação e a eliminação de pesticidas são algumas das medidas que produtores podem adotar para contribuir para a causa e se preparar para as mudanças climáticas.
A sustentabilidade no agronegócio é algo muito importante para o Brasil devido à relevância desse setor para a saúde financeira do País. Por isso, os cuidados com a natureza devem ser internalizados e estrategicamente traçados ao longo das próximas décadas para que seja possível atravessar a crise.
Efeitos da mudança climática
Em agosto deste ano, o sexto relatório de avaliação (AR6) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU) foi publicado. O documento trata do conhecimento científico que se tem hoje sobre os efeitos das mudanças climáticas no planeta.
Segundo o relatório, o aumento da temperatura média global está ocorrendo de forma acelerada desde o fim dos processos da revolução industrial, alcançando a marca histórica de crescimento de 1,59 °C desde então. O documento ressalta que a mudança do clima já provocou danos irreversíveis à natureza
Como resultado, eventos extremos ocorrem com quase três vezes mais frequência do que no passado, podendo se tornar ainda mais corriqueiros caso a elevação da temperatura média da Terra alcance a marca de 4,4°C. Isso se torna um problema principalmente para países tropicais como o Brasil, onde os efeitos negativos podem ser sentidos em maior escala.
Impactos do aquecimento global no agronegócio
E qual é o real efeito das mudanças climáticas no agronegócio brasileiro? Em primeiro lugar, nos próximos anos, devemos ter chuvas mais intensas, mais ondas de calor, secas e desafios para os produtores em um contexto geral. Em 2021, por exemplo, uma seca histórica fez que 53 municípios de cinco estados tivessem de racionar água.
Com a escassez hídrica provocando grande desequilíbrio nos ecossistemas principalmente das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, os produtores rurais estão mais propensos a vivenciar a quebra e a queda produtiva de suas safras. Portanto, esse momento histórico também deve ser encarado como uma oportunidade para o agronegócio desenvolver mais tecnologias sustentáveis e instaurar boas práticas para continuar produtivo.
As mudanças climáticas consequentemente implicam a necessidade de mais investimentos em pesquisa e a adequação a novas regras comerciais, que devem penalizar atividades poluentes que ameacem a saúde do planeta. Sendo assim, o pensamento sustentável precisa ser visto como o caminho para o futuro.
Fonte: Summit Estadão, Embrapa.
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