Como a digitalização contribui para o agronegócio sustentável?

A digitalização dos processos no campo é um importante passo para garantir a sustentabilidade no agronegócio. Esse foi o tema do painel Como a tecnologia ajuda o meio ambiente, realizado no Summit Agronegócio 2021 — o maior e mais relevante evento do setor no Brasil, que acontece de forma online e gratuita nos dias 16 e 17 de novembro.

A tecnologia vem para trazer uma sustentabilidade para o setor justamente pelo uso racional de insumos, sejam eles fertilizantes, sejam sementes, sejam defensivos, sejam de trabalho. Para Flávio Bonini, gerente de Serviços Técnicos da Mosaic Fertilizantes, “não é uma questão mais de tamanho do cliente, e sim de que maneira ele enxerga a tecnologia como uma forma de ser mais sustentável”.

“O digital democratiza o acesso às soluções”, considerou Almir Araújo, diretor de Digital, Novos Modelos de Negócios e Excelência Comercial em Soluções para Agricultura da Basf América Latina. O mercado oferece ferramentas que trazem benefícios a produtores de todos os tamanhos, com soluções simples, de monitoramento climático até integração complexa de aplicação de produtos.

Implantação de tecnologias no campo

O acesso à internet, o primeiro desafio para a implantação de uma agricultura e pecuária de precisão, já foi superado segundo avaliação de Álvaro Gonçalves, diretor de RH, TI e Sustentabilidade da SLC Agrícola. “Sem a conectividade no campo, sem o 4G, seria impossível aproveitar toda essa tecnologia à disposição do produtor”, ele completou.

Além disso, é necessário capacitar os colaboradores. Toda a alta tecnologia e a capacidade de transmissão rápida e instantânea de dados pode ser inútil se não houver uma equipe capacitada.

A agricultura digital não é apenas utilizar as tecnologias como inteligência artificial (IA), realidade aumentada (RA) ou treinamento em 3D. “Isso tudo já faz parte, mas a questão maior está em como posicionar isso de forma que traga eficiência ao nosso negócio”, alertou Gonçalves.

Benefícios ao meio ambiente

“Do plantio até a colheita, a tecnologia pode oferecer subsídios para as tomadas de decisões que vão ajudar a otimizar todos os recursos”, afirmou Araújo. Isso proporciona maiores rentabilidade por talhão e produtividade na safra, além de diversos benefícios ao meio ambiente.

De acordo com dados da SLC Agrícola, o uso de tecnologia pode diminuir em até 60% o uso de inseticida na lavoura. A gestão da irrigação, a partir de dados meteorológicos e acompanhamento da evapotranspiração do solo, pode reduzir em até 35% o consumo de água em média. Já o pulverizador localizado de herbicida, aplicando o produto apenas onde há ervas daninhas, pode economizar 82% do insumo.

Bonini afirma que é preciso observar a saúde do solo, tanto as questões químicas e físicas quanto biológicas. A medição do saldo de carbono, principalmente no impacto no solo, pode “aumentar a produtividade e permitir que tenha ganhos que sejam considerados sustentáveis a longo prazo”, ele considerou.