Summit Agro
A relação da saúde animal com a sustentabilidade ambiental
O compromisso com inovação tecnológica e investimentos na saúde animal podem criar estratégias de enfrentamento aos obstáculos da cadeia produtiva
3 minutos de leitura 18/04/2022 - 13:10
Por: Summit agro
A saúde animal é fundamental para um bom desenvolvimento de uma criação. Cadeias produtivas mais fluídas promovem o bem-estar animal e, consequentemente, têm um impacto positivo no meio ambiente.
Estratégias envolvendo tecnologia e investimentos financeiros podem ser capazes de alinhar os objetivos de produtores aos critérios da abordagem Environmental, social and corporate governance (ESG).
De acordo com o Luis Xavier Rojas, diretor-presidente da Zoetis Brasil, empresa líder em saúde animal, o auxílio a médicos-veterinários e pecuaristas pode aumentar a produtividade e melhorar o impacto ambiental decorrente da criação animal.
A saúde animal
O professor Adroaldo José Zanella, de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), relaciona em um artigo o bem-estar animal à sustentabilidade ambiental. Ele afirma que o Brasil pode ser tornar referência em uma produção que tenha impactos positivos no meio ambiente.
O professor aponta que o Brasil tem potencial para desenvolver as cinco liberdades necessárias para fornecer o bem-estar adequado à produção animal, são eles:
- animais livres de fome e sede, com acesso à água e a alimentos;
- animais livres de desconforto, com abrigo, possibilitando descanso;
- animais livres de dores e lesões, tendo acesso a diagnósticos de doenças, com mitigação da dor, acesso a vacinas e medicamentos;
- animais com seus comportamentos naturais garantidos;
- animais livres de estresse e medo, investindo em treinamento no manejo, com transporte adequado e fiscalização.
O impacto ambiental do consumo de proteína animal
Discutir o impacto ambiental da criação animal é importante para criar estratégias de enfrentamento a essa situação. Uma dieta à base de proteína animal pode ser prejudicial ao meio ambiente se não for realizada de forma responsável.
Grandes criações podem prejudicar o meio ambiente por meio de alguns fatores, como: a emissão de gases de efeito estufa, como metano e óxido nitroso; o uso incorreto da água; utilização indevida da terra (com grande apelo ao desmatamento florestal); gestão incorreta de resíduos.
Um artigo publicado na revista científica The Lancet, pelo professor e pesquisador Walter Willett, afirma que, caso o sistema produtivo se mantenha igual, não haverá recursos ambientais suficientes para todos em 2050.
Além disso, o manifesto produzido por alunos e professores da USP recomenda que o brasileiro reduza o consumo de carne vermelha processada e tenha um maior consumo de vegetais, ambas as ações para melhorar os impactos no meio ambiente.
Os critérios ESG
O termo teve o primeiro uso em uma publicação internacional e foi dito pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan. O ESG visa integrar o lado social, de governança e sustentável das empresas. O termo serve como uma chancela que esses fatores são respeitados na companhia.
Alinhar a produção animal a esses critérios possibilita entender quais são os impactos positivos e negativos que a prática gera ao meio ambiente. Dessa forma, é possível desenvolver ações que visem diminuir os impactos negativos e potencializar os positivos.
Os princípios do pacto global em favor da sustentabilidade são:
- Apoiar e respeitar os direitos humanos.
- Garantir a não participação da empresa em ações que violem os direitos humanos.
- Apoiar a liberdade de associação e reconhecer o direito de negociação coletiva.
- Eliminar o trabalho forçado ou compulsório.
- Eliminar o trabalho infantil.
- Favorecer práticas que impeçam a discriminação no emprego.
- Investir em ações que tenham uma abordagem preventiva, responsável e proativa frente aos desafios ambientais.
- Desenvolver ações para incentivar a responsabilidade ambiental.
- Incentivar a criação e o uso de tecnologias ambientais responsáveis.
- Combater toda forma de corrupção.
Fonte: Ecycle, The Lancet, Jornal USP.
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