Summit Agro
8 subprodutos que podem ser usados na alimentação de bovinos
Subprodutos da agroindústria podem ajudar a complementar alimentação animal e reduzir os custos na pecuária
3 minutos de leitura 08/09/2022 - 10:00
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A nutrição representa cerca de 70% dos custos de produção de bovinos, tanto de corte como de leite. A alimentação dos animais é um dos principais fatores que influenciam a produtividade e as margens de lucro, sendo capaz de colaborar para a redução da emissão de gases do efeito estufa.
Com a elevação dos custos da soja e do milho, principais ingredientes da ração para o gado, e a preocupação com as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global, os subprodutos da agroindústria têm sido vistos como uma alternativa viável ambiental e economicamente.
Veja oito resíduos agrícolas que podem ajudar a alimentar o rebanho.
1. Resíduo da soja
As cascas e os fragmentos de soja que sobram do processamento do grão têm uma composição de 17% de proteína e 29% de fibra bruta. O material corresponde a 80% do valor energético do milho e ainda contém a pectina, a qual tem alto teor de digestibilidade. O subproduto pode ser utilizado na alimentação animal, no entanto, deve compor, no máximo, 20% da dieta.
2. Farelo de milho
O farelo de milho 22, resíduo da produção de amido originado da membrana externa do cereal, tem 22% de proteína e de energia, além de uma média palatabilidade. Já o farelo de glúten de milho 60, produzido a partir do resíduo seco do grão, tem uma proporção maior de proteína e energia, contudo é menos palatável. Ambos podem ser misturados como suplementos na ração.
3. Resíduos da cana-de-açúcar
O melaço da cana, resultado do refino do açúcar, tem uma alta concentração de açúcar, mas baixo teor proteico. Cada animal deve consumir, no máximo, seis quilos por dia desse subproduto. O bagaço da cana também pode ser utilizado, desde que passe por hidrólise para separar a celulose (que tem valor energético) da lignina, que é indigesta.
4. Polpa cítrica
A fabricação de sucos, sobretudo de laranja, gera resíduos como frutas, bagaço, sementes e cascas, que podem ser aproveitados por serem alimentos ricos em energia de fácil digestibilidade, podendo ser consumidos in natura. Para aumentar a durabilidade do subproduto, ele deve passar por um processo de peletização e ser mantido em ambiente seco.
5. Triguilho
O triguilho é composto de restos do trigo, como grãos pequenos, quebrados e chocos, que são eliminados pelo processo de limpeza. O subproduto pode substituir o milho na alimentação animal, uma vez que tem valor nutricional equivalente, com teor de proteína bruta maior, chegando a 14% da matéria, e o teor de fibra de até 3%.
6. Farelo de mamona
A extração do óleo de mamona gera um farelo rico em proteína, e seu uso na nutrição do gado ajuda a reduzir a produção de metano, de acordo com estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O experimento dura até 2024 e deve avaliar o desempenho do subproduto para substituir o farelo de soja.
7. Subproduto de azeite de oliva
Outra opção para a redução de gases do efeito estufa que está sendo estudada pela Embrapa é o resíduo do azeite de oliva. Por seu alto teor de oleosidade, o material é capaz de envolver as fibras e as bactérias presentes no estômago dos bovinos, evitando a produção de metano. Além disso, os ácidos graxos podem contribuir para a formação de gordura saudável na carne.
8. Taninos do vinho e do suco de uva
Os taninos produzidos por vinho e suco de uva não são digeridos pelo gado, chegando ao estômago dos animais sem degradação. Lá, acabam se ligando às proteínas, evitando a produção do gás metano. Um estudo, desenvolvido no Rio Grande do Sul, busca conciliar os resíduos da vinicultura com a nutrição do rebanho.
Quer saber mais? Conheça a opinião de nossos parceiros especialistas sobre os principais temas do agronegócio.
Fonte: Cursos CPT, Beefpoint, Minerthal, Nutrição Saúde Animal, Agrolink, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
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