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2,4-D: quais são os cuidados de uso do herbicida?
2,4-D é um dos herbicidas mais estudados e utilizados na agropecuária
3 minutos de leitura 30/06/2022 - 14:00
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O 2,4-D é um dos defensivos agrícolas mais utilizados no agronegócio por seu baixo custo e ótima performance. O herbicida foi desenvolvido pelos cientistas na década de 1940, mas seu uso comercial começou a partir dos anos 1970 e, desde então, passou a ser utilizado nas lavouras em todo mundo, com uma grande relevância nos sistemas de plantio direto.
Mais de 40 mil estudos foram realizados sobre a substância química. “Em nenhum país com agricultura relevante, há proibição”, ressalta o líder do portfólio de herbicidas da Corteva Agriscience, André Baptista. Entre os maiores consumidores do produto, estão os Estados Unidos, a União Europeia e o Brasil.
“A falta de controle das plantas daninhas pode trazer prejuízos de mais de 60% para a produtividade de soja”, comenta. A empresa oferece um curso gratuito que já capacitou três mil aplicadores de defensivos agrícolas no Rio Grande do Sul e, a partir de agosto, a formação será obrigatória para a pulverização de 2,4-D nas lavouras gaúchas.
Qual é o princípio ativo do 2,4-D?
A sigla 2,4-D significa ácido diclorofenoxiacético, a substância, na verdade, é o próprio princípio ativo do herbicida patenteado pela Dow Chemical Company e Union Carbide em 1947. Atualmente, diversas empresas fabricam e comercializam vários defensivos agrícolas que têm essa molécula como matéria-prima.
O elemento é considerado uma substância auxínica ou hormonal. Ao ser absorvido em grandes quantidades pelas ervas daninhas com folhas largas, o 2,4-D é confundido com os hormônios naturais de crescimento. “Isso em uma planta daninha vai causar uma disruptura, e ela acaba morrendo”, explica Baptista.
O composto é classificado pela legislação como classe III (perigoso) para o meio ambiente e classe I (extremamente tóxico) em caso de exposição oral, inalatória, ocular e dérmica. No entanto, a aplicação, observando as orientações da bula e realizada por profissionais habilitados, é considerada segura tanto para os seres humanos quanto para a natureza.
Culturas em que o 2,4-D pode ser aplicado
O 2,4-D é largamente utilizado nas lavouras brasileiras de soja e nas plantações de trigo dos Estados Unidos. O insumo é indicado também para plantações de arroz (irrigado e de sequeiro), cana-de-açúcar, milho, café, sorgo e pastagens, entre outros cultivos. “Ele é sempre posicionado na dessecação”, esclarece o representante da Corteva.
Algumas culturas são extremamente sensíveis ao produto, inclusive em subdosagens. Em 2019, a presença do defensivo agrícola, supostamente por deriva, em macieiras, videiras, oliveiras, nogueira-pecã, erva-mate, tomate e hortaliças em 16 municípios gaúchos motivou a regulamentação mais restrita para o uso da substância.
Como fazer uma boa aplicação do herbicida?
“Toda a recomendação de defensivo passa por um receituário agronômico, por meio do técnico ou do agrônomo”, esclarece Baptista. O manuseio do produto deve ser realizado com equipamento de proteção individual completo, como protetor ocular, macacão de algodão hidro-repelente usado por cima das luvas e botas impermeáveis, além de avental.
A aplicação do 2,4-D pode ser realizada uma vez ao máximo por ciclo (exceto na cana-de-açúcar, onde pode ser aplicado duas vezes). A pulverização somente deve ser realizada por via terrestre, por meio de trator pulverizador, e as doses variam entre 1 litro a 3 litros por hectare, a depender da cultura e da planta daninha a ser controlada.
As pontas de pulverização devem oferecer um jato plano, capaz de gerar gotas grossas ou superiores, com ângulo de 90 graus em relação ao solo, com uma altura de meio metro acima do alvo. A pressão e a velocidade do pulverizador devem ser reguladas de acordo com o volume da calda e classe de gotas.
O agricultor precisa ficar atento às condições climáticas ideais para alcançar o rendimento máximo, evitando a deriva e o deslocamento vertical. O defensivo deve ser aplicado com temperatura menor de 30 °C, umidade relativa do ar maior que 55%, vento com velocidade entre 3 km/h e 10 km/h, na ausência de orvalho, evitando chuva após a aplicação em até 6 horas.
Fonte: André Baptista/Corteva Agriscience, Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (Seapdr), Corteva Agriscience
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