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Parente das renas? Conheça os veados nativos do Brasil

O Brasil abriga 8 espécies de cervídeos, do gigante cervo-do-pantanal ao pequeno bororó, enfrentando ameaças em seus diversos habitats

Nome Colunistas

Redação Agro Estadão*

19/12/2025 - 05:00

Cervo-do-pantanal. Foto: Adobe Stock
Cervo-do-pantanal. Foto: Adobe Stock

Os veados brasileiros pertencem à mesma família das famosas renas do hemisfério norte, mas possuem adaptações únicas para os biomas tropicais.

Segundo o ICMBio, o país abriga oito espécies de cervídeos que se distribuem por diferentes regiões, das áreas alagadas do Pantanal às florestas densas da Mata Atlântica.

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Conhecidos popularmente como veados, cervos ou catingueiros, esses animais desempenham papéis ecológicos vitais e são monitorados pelo Plano de Ação Nacional para sua conservação.

veados brasileiros
Veado-campeiro. Foto: Adobe Stock

Para o produtor rural que compartilha o território com essa fauna, compreender as características e necessidades dessas espécies é o primeiro passo para promover uma convivência harmoniosa e sustentável dentro da propriedade.

Quem são os veados brasileiros?

Como dito, nosso país abriga oito tipos diferentes de veados, cada um adaptado ao seu ambiente. Segundo o Guia ilustrado dos cervídeos brasileiros, eles são:

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  • Cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus): é o gigante da família, chegando a 1,30 metro de altura e pesando até 125 quilos. Sua pelagem avermelhada e chifres grandes o tornam fácil de reconhecer;
  • Veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus): é um animal de tamanho médio, com cerca de 65 a 80 centímetros de altura, pelagem marrom-avermelhada e uma mancha branca na garganta. Os machos têm chifres que se dividem em galhos chegando a 30 centímetros. Vive principalmente nos campos do Sul e Centro-Oeste;
  • Veado-galheiro (Odocoileus virginianus): tem altura média no dorso entre 50 e 110 cm. Os chifres possuem entre 3 e 4 pontas quando os machos estão na idade adulta e em fase reprodutiva;
  • Veado-mateiro (Mazama americana): ocorre em florestas tropicais e sub-tropicais da América do Sul. Tem entre 58 e 80 cm;
  • Veado-mateiro-pequeno (Mazama jucunda): que vive principalmente na Floresta Atlântica. É o maior mamífero endêmico da Mata Atlântica. Os machos possuem chifres simples;
  • Veado-de-mão-curta ou veado-bororó (Mazama nana): está entre os menores do País, mede 45 centímetros de altura e prefere florestas densas;
  • Veado-catingueiro (Mazama gouazoubira): se espalha por quase todo o Brasil, medindo entre 50 e 55 centímetros de altura. Sua cor vai do cinza ao marrom-avermelhado, e os machos têm chifres simples e retos, sem divisões;
  • Veado-roxo (Mazama nemorivaga): habita a Floresta Amazônica, a região central da Mata Atlântica e partes do Cerrado. Tem porte médio e o machos possuem chifres simples, em forma de espeto.

Habitat dos veados brasileiros

veados brasileiros; veado-bororó
Veado-de-mão-curta ou veado-bororó. Foto: Zoológico Cascavel/Divulgação

Os veados brasileiros vivem em praticamente todas as regiões do país, mostrando grande capacidade de se adaptar a diferentes ambientes. 

No Pantanal, o cervo-do-pantanal aproveita as áreas que ficam alagadas durante parte do ano, comendo plantas aquáticas e usando a vegetação como esconderijo. Suas patas são adaptadas para caminhar em terrenos molhados e lamacentos.

No Cerrado, vivem principalmente o veado-campeiro e o veado-catingueiro, que se alimentam de capins nativos, frutos e brotos novos. Esses animais saem para comer principalmente no final da tarde e início da noite, evitando o calor forte e os predadores.

Na Mata Atlântica, espécies como o veado-bororó e o catingueiro-pequeno se protegem na vegetação fechada, comendo folhas, frutos e sementes. Todos os veados brasileiros são herbívoros, ou seja, comem apenas plantas.

A alimentação desses animais muda conforme as estações do ano. Na época seca, comem mais folhas e cascas de árvores. Quando chove, aproveitam frutos, flores e brotos tenros. 

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Como carregam sementes grudadas no pelo ou as eliminam nas fezes após comer frutos, os veados ajudam a espalhar plantas por diferentes locais, contribuindo para o crescimento de novas florestas.

Adaptações e comportamento dos veados brasileiros

veados brasileiros; Veado-mateiro
Veado-mateiro. Foto: Adobe Stock

Os veados brasileiros desenvolveram características especiais ao longo de milhões de anos. Suas cores se misturam com a vegetação, funcionando como uma camuflagem natural, especialmente importante para espécies que vivem em campos abertos. 

Os chifres dos machos servem para brigas entre eles na época de acasalamento e crescem novamente todo ano.

A maioria prefere sair no final da tarde ou à noite, quando há menos perigo e o calor é menor. Eles se comunicam através de sons específicos, marcam território com fezes e urina, e usam diferentes posições do corpo para “conversar” entre si.

Quanto ao comportamento social, algumas espécies vivem sozinhas, enquanto outras formam pequenos grupos familiares. 

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O veado-campeiro pode formar grupos maiores quando há bastante comida disponível, mas espécies da floresta geralmente defendem territórios individuais. A reprodução acontece principalmente na época seca, quando as condições são melhores para os filhotes sobreviverem.

Desafios e esforços de conservação dos veados brasileiros

Veado-catingueiro; veados brasileiros
Veado-catingueiro. Foto: Adobe Stock

O maior problema enfrentado pelos veados brasileiros é a destruição e divisão de seus habitats. O crescimento das cidades, da agricultura e da pecuária ao longo dos séculos reduziu as áreas de vegetação nativa, separando grupos de animais e dificultando a reprodução entre eles. 

Rodovias e ferrovias aumentaram drasticamente os atropelamentos, especialmente de espécies que precisam percorrer grandes distâncias.

A caça ilegal continua sendo um problema sério, seja para consumo da carne ou venda de chifres como troféus.

O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) coordena o Plano de Ação Nacional para Conservação dos Cervídeos Brasileiros desde 2015. 

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Este documento estabelece estratégias integradas para proteger essas espécies, incluindo pesquisas, acompanhamento das populações, educação ambiental e proteção de áreas importantes.

As unidades de conservação (parques nacionais, reservas e áreas protegidas) abrigam populações importantes dessas espécies, especialmente aquelas ameaçadas de extinção, como o cervo-do-pantanal. 

Programas de monitoramento usam tecnologias como coleiras com rádio e câmeras automáticas para acompanhar os animais.

A legislação brasileira protege todas as espécies de veados através de leis que consideram crime matar animais silvestres, com punições que incluem multas e prisão. O Ibama fiscaliza o cumprimento dessas leis.

O envolvimento da sociedade e dos produtores rurais é essencial para o sucesso da conservação, garantindo que essas importantes espécies continuem existindo no Brasil.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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