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Inovação

Novo fungicida para doenças de final de ciclo da soja pode aumentar produtividade em até 8 sacas por hectare

Umidade alta e temperaturas elevadas facilitam a proliferação de doenças fúngicas foliares que podem tirar produtividade em até 90%

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Daumildo Júnior* | Rio Verde (GO) | daumildo.junior@estadao.com

27/01/2025 - 13:00

Foto: Daumildo Júnior/Agro Estadão
Foto: Daumildo Júnior/Agro Estadão

Silenciosos e com um início praticamente invisível a olho nu, os fungos estão entre os principais transtornos para a cultura da soja no Brasil. A ferrugem asiática, por exemplo, é capaz de causar perdas de até 90% na produtividade de uma lavoura de soja. Ela integra um grupo conhecido como DFCs (Doenças de Final de Ciclo). 

Nesse panorama do controle de fungos, a BASF lançou comercialmente na atual safra o fungicida Keyra. Segundo a empresa, a atuação principal do novo defensivo é no terço final do desenvolvimento da lavoura de soja, mais especificamente a partir do estágio fenológico R4.  “Ele vai atuar principalmente nas doenças de final de ciclo, nas manchas: cercosporiose e ferrugem, além de ser eficiente contra a antracnose”, explica a gerente sênior de Soja na BASF Brasil, Patrícia Smirmaul. 

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A partir do lançamento, a empresa concluiu as entregas previstas de novos fungicidas que compõem a estratégia de manejo denominada Escudo Verde, que têm ainda os produtos Belyan e Blavity, lançados nas safras anteriores. Segundo Smirmaul, a ideia é oferecer proteção contra fungos do início ao fim da lavoura. “O agricultor tem a flexibilidade de poder escolher a forma das aplicações tendo em vista o momento que a doença ocorre, se ela ocorre e qual a sequência”, pontua. 

A Fazendas Reunidas Baumgart, em Rio Verde (GO), foi a primeira a comprar o novo produto no Brasil e a fazer a aplicação seguindo a estratégia. Dos 9,1 mil hectares de soja plantados nesta safra, 4,2 mil hectares tiveram o tratamento com os três fungicidas. Segundo o gerente Agrícola da Fazendas Reunidas, Enio Jablonski, a decisão de implementar essa atuação contra os fungos foi baseada em um teste realizado na safra passada. 

“A gente só comprou e apostou na tecnologia porque no ano passado a gente fez uma linha experimental em uma área bem pequena, em torno de cinco hectares. A gente viu resultado e que valeria a pena o investimento, porque hoje a gente faz o investimento e ele tem que se pagar ou até mesmo entregar uma pequena margem. Pelo teste a gente viu que tem sentido a tecnologia”, afirma o gerente da propriedade. Ele aponta que o resultado obtido motivou a tomada de decisão: “Deu um incremento de 7% a 8% a mais de produtividade por hectare em relação às áreas onde fizemos o manejo padrão”.   

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De acordo com Smirmaul, nos experimentos feitos pela Basf, a produtividade variou entre duas e oito sacas a mais por hectare, com uma média de cinco sacas por hectare. Além disso, o gerente Jablonski destaca que a metabolização dos produtos pela planta é mais fácil, o que impacta em grãos mais pesados. 

“O primeiro impacto que vimos é que quando as folhas começaram a mudar de cor, amadurecer, elas demoraram de três a quatro dias a mais. Elas permaneceram verdes por mais tempo no campo, fazendo fotossíntese, e é bem provável que isso seja a razão desse incremento [na produtividade]”, comenta. 

As biofábricas foliares

O pesquisador e professor de Agronomia na área de doenças fúngicas na Universidade de Rio Verde (UniRV), Hércules Diniz, explica que alguns tipos de fungos demandam formas de controle diferentes. No caso da ferrugem asiática, o agente causador é um fungo biotrófico, ou seja, que precisa da planta viva para se estabelecer. Uma solução amplamente utilizada é o vazio sanitário.

No entanto, uma parcela significativa do complexo de manchas é causada por fungos necrotróficos, isto é, que conseguem sobreviver em restos culturais, sem a necessidade da planta viva. “Eles têm estruturas reprodutivas que se mantêm nos restos culturais  e com as condições favoráveis de temperatura e umidade eles conseguem perpetuar”, esclarece. Por isso, uma atuação desde o início com os defensivos funciona de forma preventiva e não só curativa contra esses patógenos. 

Além disso, o professor lembra que manchas e doenças reduzem a área foliar da planta, diminuindo a fotossíntese e, consequentemente, o crescimento vegetativo. Menos crescimento significa menos produtividade, já que ele não consegue atingir todo o potencial proveniente da genética. 

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“Na tropicalização da soja e na busca por mais produtividade, as plantas ficaram mais compactas o que significa menor número de folhas Imagine que cada folha é uma biofábrica. Na safra 2013/2014, a planta tinha 9 metros quadrados de biofábrica para produzir. Ela mudou para 6 ou até 4 metros quadrados. Então, ela tem que ser mais produtiva. Enquanto antes eu poderia abrir mão de uma folha, agora cada folha importa”, complementa a gerente de Soja da BASF. 

Por isso, o objetivo do novo fungicida é atuar no terço final de desenvolvimento da soja, para manter a produtividade também nessa etapa da planta. Segundo Smirmaul, esse terço final corresponde a 30% da produtividade e muitas vezes acaba negligenciado no trato da cultura. “Quando a gente fala de produzir soja, não é um sprint de 100 metros, mas sim uma maratona”, compara.    

*Jornalista viajou a convite da BASF

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