Fungicida biológico para substituir químicos no tratamento de sementes

Um fungicida biológico desenvolvido para substituir o uso de defensivos químicos no tratamento de sementes e na aplicação no sulco de semeadura. A solução criada por meio da parceria da Embrapa Milho e Sorgo e a Simbiose, empresa do ecossistema Cogny, é fruto de quase uma década de ensaios realizados em diferentes regiões do país. 

Segundo VP Comercial e de Marketing da Cogny, Jair A. Swarowsky, o conceito rompe com a lógica predominante no setor, em que, mesmo utilizando produtos biológicos, por vezes, os produtores ainda necessitam fazer uso de químicos. “Ele é um fungicida biológico, que vem para realmente substituir o químico na parte de tratamento de sementes e uso no plantio, que a gente chama no sulco. É realmente disruptivo”, destacou. 

Além do controle de patógenos, o EficazControl se destaca por agregar produtividade. Testes de campo mostram que o produto pode gerar ganhos médios de quatro sacos de soja por hectare em relação ao manejo convencional com químicos. “Estabelecer uma lavoura saudável desde o início garante que a semente se transforme em uma planta relevante e produtiva”, ressalta Swarowsky.

O  líder de Desenvolvimento de Mercado da Cogny salienta que o diferencial da tecnologia está em um de seus ativos: uma cepa inédita da bactéria Paenibacillus ottowii, que não existe em nenhum outro produto comercial no mundo. 

De acordo com Zorzzi, foi esse avanço técnico que permitiu superar a eficiência dos químicos no controle de doenças de solo. “O controle biológico vem evoluindo nos últimos anos em termos de entrega técnica, e nós conseguimos desenvolver uma tecnologia que fosse, no mínimo, tão eficiente quanto o produto químico. Se já fosse apenas equivalente, já poderia substituir, mas nós superamos o nível de controle que o químico vinha apresentando. Por isso, hoje podemos falar em substituição”, disse. 

O fungicida foi projetado para combater doenças que afetam o sistema radicular, como o Fusarium, que reduz a quantidade de raízes úteis e o estande de plantas. Porém, como muitas doenças da parte aérea têm origem no solo, os pesquisadores já avaliam expandir a aplicação para essa fase da lavoura, com estudos ainda em andamento.

Outro ponto de destaque é a versatilidade. O registro do fungicida é feito por doença, e não por cultura, permitindo seu uso em soja, milho, algodão, trigo, café, batata e até hortaliças.

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