Pesquisa indicou os parâmetros para um manejo de água mais assertivo na cultura
Entre as culturas presentes na região do Submédio do Vale do São Francisco, que abrange parte da Bahia e de Pernambuco, cerca de 20 mil hectares têm pomares de manga da variedade Palmer. Isso representa aproximadamente metade de toda produção de manga da região, sendo a variedade mais plantada. E um estudo feito pela unidade Semiárido da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostrou que os produtores da manga podem diminuir o consumo de água por irrigação em até 31%.
O estudo foi feito para as duas variedades de manga mais presentes na região, o que inclui também a mangueira Kent. No entanto, como explica a pesquisadora responsável pelo levantamento, Magna Moura, a pesquisa indicou que os produtores da Kent já têm adotado padrões de irrigação mais alinhados com a necessidade da planta. Agora, o trabalho é fazer esse alinhamento para os produtores da Palmer.
“A grande diferença que nós observamos é em relação ao manejo de água adotado nas propriedades. A mangueira Kent tem um manejo mais estabelecido. A quantidade de água aplicada na mangueira Kent é muito mais similar à evapotranspiração da cultura. […] Todos os resultados indicaram que na Palmer os produtores estão irrigando bem acima da quantidade de água demandada”, explica ao Agro Estadão.
Outro dado apontado pela pesquisa são os coeficientes de cultivo (Kc) que são usados nos cálculos para determinar a quantidade de água para uma planta. No caso das mangueiras do Submédio do São Francisco, esse dado é importante porque a irrigação acontece diariamente nos pomares e requer diferentes níveis dependendo da fase de desenvolvimento que a planta esteja. Por exemplo, na pré-floração é importante que a mangueira passe por um estresse hídrico. Por isso, foram indicados diferentes coeficientes para as fases.
Palmer
Kent
A pesquisadora explica também que as fases colocadas no estudo não são espelhadas, porque houve um aprofundamento nas etapas da variedade Palmer. Por isso, nem todos os nomes das fases pesquisadas são iguais.
Ainda de acordo com a pesquisadora, os coeficientes de cultivo podem ser utilizados em outras partes do país, mas observando alguns pontos de atenção que podem impactar a quantidade de água. De forma geral, Moura pontua algumas instruções para produtores de manga ficarem atentos ao utilizarem o Kc da pesquisa, tanto para aqueles do Semiárido como para outras regiões do Brasil.
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