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Satélites ajudam a medir pastagens com até 86% de precisão

Nova metodologia da Embrapa estima volume de forragem por imagens e dados climáticos, sem necessidade de ir a campo 

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Redação Agro Estadão*

14/07/2025 - 08:00

Foto: Renata Kelly da Silva/Embrapa
Foto: Renata Kelly da Silva/Embrapa

Uma nova metodologia desenvolvida pela Embrapa permite monitorar as pastagens no Brasil usando imagens de satélite e dados climáticos. Por meio do método, os pesquisadores conseguem estimar, com até 86% de precisão, quanto de pastagem nutritiva (massa de forragem) há em cada área do pasto, sem precisar ir a campo.

Ao longo de dois anos, a técnica foi aplicada em três diferentes sistemas de produção — extensivo, intensivo rotacionado e integração lavoura-pecuária (ILP) — na Fazenda Canchim da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). Para fazer o monitoramento, os pesquisadores utilizaram imagens dos satélites Landsat-8 (dos EUA) e Sentinel-2 (da Europa), processadas em conjunto pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (ESA).

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Durante a pesquisa, a Embrapa constatou que a metodologia aplicada conseguiu demonstrar mais de 67% das variações na quantidade de forragem disponível nos diferentes sistemas de produção. O melhor desempenho foi observado no sistema extensivo, onde a precisão chegou a 86%. “Os resultados obtidos nos três tipos de sistemas de produção pecuária são promissores e demonstram a eficácia da metodologia em diferentes contextos”, afirmou o analista da Embrapa Meio Ambiente (SP) Gustavo Bayma, em nota. 

Outro aspecto relevante do estudo foi a separação entre dois tipos de forragem medidos em campo: a matéria seca total (MST), que inclui todo o material vegetal presente no pasto — inclusive folhas secas e partes mortas —, e a matéria verde (MV), que representa apenas a parte viva, nutritiva e consumível pelas pastagens.

“Enquanto a matéria seca total inclui material senescente e de baixa qualidade nutricional, a matéria verde está diretamente relacionada à produtividade do pasto e ao volume consumo pelos animais”, explicou a pesquisadora Sandra Nogueira, coautora do estudo.

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O documento completo pode ser acessado aqui.

Metodologia pode apoiar políticas públicas

pastagens
Foto: Foto: Sandra Furlan/Embrapa

Uma das autoras do trabalho, a pesquisadora da Embrapa Patrícia Santos, destacou que os dados gerados podem orientar políticas públicas e iniciativas privadas voltadas à recuperação de áreas produtivas, contribuindo para os objetivos da Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD).

“Essas tecnologias permitem identificar variações na quantidade de forragem ao longo do tempo, favorecendo decisões mais assertivas no planejamento forrageiro e no manejo sustentável”, afirmou a cientista.

Patrícia frisou que, em um cenário onde o Brasil busca aumentar a produtividade pecuária sem expandir a área de pastagem com manejo (estimadas em 113,2 milhões de hectares, dados do IBGE de 2020), ferramentas como essa podem desempenhar papel importante. Dados da Embrapa, mostram que os sistemas integrados de produção já ocupavam 17,4 milhões de hectares em 2020 e a expectativa é alcançar 30 milhões até 2030.

*Com informações da Embrapa.

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