Inovação
Com cerca de 3 mil testes por mês, UPF é a maior testadora de sêmen suíno no Brasil
Laboratório de sanidade faz análise de 45% dos sêmens suínos vendidos no mercado nacional
Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com
02/10/2024 - 07:30

A proteína suína é uma das principais consumidas no país. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), cada brasileiro comeu cerca de 20,68 quilos de carne suína em 2023. A qualidade dessa proteína começa ainda na etapa de reprodução, o que inclui a testagem do sêmen suíno. Referência nesse processo, o laboratório de sanidade da Universidade de Passo Fundo (UPF), no Rio Grande do Sul, tornou-se o principal testador do material genético no país.
“Por mês, são aproximadamente três mil análises”, comenta ao Agro Estadão o gerente da Divisão de Prestação de Serviços da UPF, Clóvis Tadeu Alves. Com isso, o laboratório testa 45% de todo o mercado de sêmen suíno do país. Como o gerente explica, isso foi possível depois que a universidade fechou uma parceria com a empresa Bretanha Suínos.
“Nós temos uma parceria, a empresa que direciona toda a parte da qualidade do sêmen aqui para o nosso laboratório. Então, é um volume bastante grande de análises feitas diariamente. […] Todo esse sêmen que é processado aqui, depois é direcionado para grandes frigoríficos e produtores”, afirma Alves.
Ele conta que as amostras testadas no laboratório vêm de lotes de reprodutores de diferentes partes do país. São analisados aspectos como o formato do sêmen, características genéticas e também a presença ou não de bactérias e outros contaminantes. Por exemplo, se houver um percentual alto de espermas com cauda curta, essa amostra e o lote são descartados. “Uma vez confirmadas essas informações e a qualidade, aí aquele lote do sêmen segue para ficar disponível para a venda”, elucida.


Garantia de sucesso na reprodução
O gerente da UPF também indica que a importância dessa testagem vai reverberar na qualidade do processo reprodutivo. “Quando o produtor vai fazer a inseminação já é garantia de que aquele sêmen suíno não tem contaminação de bactérias, tem uma boa formação congênita e há uma alta probabilidade de haver a fecundação. […] Para o produtor seria a garantia de que a reprodução vai ser um sucesso”, pontua Alves.
Outro aspecto é a qualidade da carne. “O suíno nacional vem de anos de seleção e qualificação, e hoje tem uma tecnologia de ponta”, diz o representante da universidade. Um processo de verificação “vai garantir que essa seleção superior se perpetue” e que o potencial genético seja expressado nos leitões. “Para o consumidor é a garantia de uma carne de qualidade no final do processo”, conclui.
Agora, os planos da instituição são expandir os serviços de análise laboratorial para outros segmentos agropecuários. O entendimento é que, atualmente, já se chegou no limite dentro do mercado de sêmen de suínos e uma ampliação demandaria muitos recursos para um crescimento pequeno.
“Aqui dentro da universidade, a nossa meta é fazer um conglomerado de análises do Agro e um dos mais complexos do Sul do país. Nós já temos laboratório de leite, de alimentos, de sanidade, de solos, de sementes. Então, a universidade como um todo está visando aumentar bastante a participação nesses mercados. Inicialmente, esses laboratórios foram feitos para suprir a demanda educacional, mas hoje eles estão se diferenciando e a ideia é deixar eles para a prestação de serviços”, revela o gerente.
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