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Quem é o pai do Sistema de Plantio Direto no Cerrado?

Chegando ao Brasil em 1973, Landers adaptou o Plantio Direto para solos ácidos do Cerrado, superando resistências e ceticismo

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Redação Agro Estadão*

16/11/2025 - 05:00

Britânico recebeu título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Goiás. Foto: UFG/Divulgação
Britânico recebeu título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Goiás. Foto: UFG/Divulgação

O Sistema de Plantio Direto representou uma revolução na agricultura brasileira, transformando práticas convencionais em métodos sustentáveis que preservam o solo e aumentam a produtividade. John Landers é reconhecido como “o pai do Sistema Plantio Direto no Cerrado”.

A trajetória deste agrônomo britânico exemplifica como a inovação tecnológica pode promover sustentabilidade agrícola, especialmente na região que se tornou o celeiro do país. 

CONTEÚDO PATROCINADO

Conhecer sua contribuição permite entender como práticas conservacionistas transformaram a agricultura brasileira em referência mundial, para isso vamos usar como base uma entrevista concedida pelo britânico à equipe da Embrapa.

Quem é John Nicholas Landers?

John Nicholas Landers, agrônomo britânico de 87 anos, chegou ao Brasil em 1973 com formação técnica sólida e experiência internacional em conservação de solos.

Posteriormente, integrou-se à equipe da Embrapa Cerrados, onde desenvolveu pesquisas pioneiras sobre plantio direto em solos ácidos e de baixa fertilidade natural.

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O contexto da época revelava um cenário preocupante na agricultura brasileira. A região do Cerrado apresentava solos degradados pela erosão, compactação severa e perda progressiva de fertilidade devido ao manejo convencional inadequado. 

Landers observou que as práticas tradicionais de aração e gradagem intensificavam esses problemas, comprometendo a sustentabilidade da produção agrícola.

Diante desses desafios, o pesquisador percebeu a necessidade urgente de mudança nos métodos de cultivo. Sua visão inovadora focava em sistemas que preservassem a estrutura natural do solo, mantivessem a cobertura vegetal e promovessem a diversificação de culturas. 

Esta abordagem contrariava as práticas convencionais da época, exigindo persistência para superar resistências e ceticismo dos produtores rurais.

A chegada do plantio direto ao Brasil

Sistema de Plantio Direto,
Produtor semeando cultura de verão sobre palha de aveia. Foto: Luiz Henrique Magnante/Embrapa

Antes da introdução do Sistema de Plantio Direto, a agricultura brasileira enfrentava problemas críticos relacionados à degradação dos solos

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A erosão causava perdas significativas de terra fértil, enquanto a compactação dificultava a infiltração de água e o desenvolvimento radicular das culturas. Ademais, a perda contínua de fertilidade obrigava aplicações crescentes de fertilizantes, elevando os custos de produção.

De acordo com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Herbert Arnold Bartz, produtor da Fazenda Rhenânia em Rolândia (PR), introduziu oficialmente a técnica do plantio direto no país em 1972. 

Bartz realizou o primeiro plantio comercial de soja sob este sistema, marcando o início da técnica no território brasileiro. O produtor paranaense tornou-se referência nacional ao demonstrar a viabilidade prática do método em condições brasileiras.

Posteriormente, John Landers expandiu e adaptou esses princípios especificamente para o ecossistema do Cerrado. O agrônomo desenvolveu tecnologias adequadas ao clima tropical seco e aos solos ácidos da região, superando limitações técnicas através de pesquisa aplicada. 

Suas inovações incluíram seleção de plantas de cobertura adaptadas, desenvolvimento de equipamentos específicos e criação de protocolos de manejo adequados às condições locais.

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A superação de resistências iniciais ocorreu através de demonstrações práticas em propriedades rurais. Landers organizou dias de campo, capacitações técnicas e acompanhamento individualizado de produtores, comprovando os benefícios do sistema. 

Gradualmente, os resultados positivos convenceram agricultores céticos sobre a eficácia da nova abordagem.

Os princípios fundamentais do Sistema de Plantio Direto

O Sistema de Plantio Direto fundamenta-se em três pilares essenciais que garantem sua eficácia e sustentabilidade, conforme estabelecido pela Embrapa:

  • Baixo revolvimento do solo: limitando-se apenas à abertura do sulco necessário para deposição das sementes. Esta prática preserva a estrutura natural do solo, mantém os agregados intactos e protege a vida microbiana. A ausência de aração e gradagem conserva os canais formados pelas raízes e pelo animais do solo, favorecendo a infiltração de água e reduzindo drasticamente a erosão;
  • Presença de cobertura vegetal morta sobre o solo (palhada): protege contra erosão hídrica e eólica, mantém a temperatura e umidade adequadas, fornece matéria orgânica através da decomposição dos resíduos vegetais e cria habitat para organismos benéficos;
  • Uso de rotação de cultura: esta prática alterna gramíneas e leguminosas, culturas de ciclo curto e longo, plantas com diferentes sistemas radiculares, promovendo a ciclagem de nutrientes e o controle natural de pragas e doenças. A diversificação rompe ciclos biológicos de organismos prejudiciais e otimiza o aproveitamento dos recursos do solo.
Plantio de alface sobre palhada de capim. Foto: Gabriel Rezende Faria/Embrapa

O legado de John Landers transcende os limites técnicos do plantio direto, estabelecendo as bases para uma agricultura genuinamente sustentável no Cerrado. Entretanto, os desafios contemporâneos exigem evolução contínua das práticas conservacionistas. 

A integração do Sistema de Plantio Direto com outras práticas sustentáveis, como integração lavoura-pecuária-floresta, amplia os benefícios ambientais e econômicos.

O trabalho pioneiro, rendeu ao agrônomo o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Goiás, em 2017. A homenagem reconhece as contribuições destacadas para práticas agrícolas que fortalecem a sustentabilidade e preservam recursos naturais.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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