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Fetag-RS lança campanha contra violência doméstica no campo
Com vídeo nas redes sociais, entidade quer romper o silêncio e estimular denúncias também entre as mulheres da zona rural
Redação Agro Estadão
19/12/2025 - 12:04

No Brasil, cerca de 4 mulheres são assassinadas por dia apenas por serem mulheres, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Preocupada com essa situação que tende a se agravar com a chegada do recesso de fim de ano, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS) lançou uma campanha voltada à prevenção e enfrentamento da violência doméstica no campo.
A iniciativa, divulgada nas redes sociais da entidade, busca estimular o diálogo e a denúncia em comunidades agrícolas, onde o tema ainda é cercado de tabu e silêncio. No vídeo (veja aqui) produzido pela federação, dirigentes da Fetag-RS dão voz à mensagem de que a violência contra mulheres não pode ser normalizada nem invisibilizada fora dos centros urbanos.
“No meio rural, essa violência muitas vezes ainda não grita. Ela é silenciada pelo medo, pelo conservadorismo, pelo patriarcado que ainda insiste em nos calar”, declara no vídeo Lérida Pavanello, coordenadora estadual de mulheres da Fetag-RS.
A campanha contra violência doméstica no campo também chama os homens rurais à responsabilidade. Kaliton Prestes, secretário executivo da federação, destaca no vídeo que o enfrentamento ao feminicídio depende de uma mudança de comportamento coletiva. “Eu sou homem e preciso dizer com clareza: a violência contra as mulheres tem lado, e nenhum homem nasce violento, mas muitos aprendem a violência, a se calar, a rir, a ignorar e a passar pano. Enfrentar o feminicídio também é responsabilidade nossa”, afirma.
Os dados oficiais mostram que a maioria dos feminicídios ocorre na residência da vítima, representando 64,3% dos casos. Sítio, fazendas e área rural também aparecem entre os locais mais comuns para esse tipo de crime de gênero.

“É preciso que as comunidades compreendam que o silêncio perpetua o ciclo da violência. Falar e denunciar é o primeiro passo para romper com ele”, conclui Pavanello no material de divulgação.
A entidade orienta que situações de risco sejam comunicadas imediatamente aos canais oficiais, como o Disque 180 ou a delegacia mais próxima.
Dados da violência doméstica no Brasil
O 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública traz os números de 2024 de violência contra mulheres no País:
- 1.492 feminicídios em 2024, maior número da série histórica iniciada em 2015;
- 3.870 tentativas de feminicídio, aumento de 19% em relação a 2023 (última edição da série anterior);
- 8 em cada 10 foram assassinadas por companheiro ou ex‑companheiro;
- 87.545 estupros e estupros de vulnerável registrados em 2024, maior número desde o início da série em 2011.
Já o relatório “Visível e Invisível” indica que:
- 37,5% das mulheres no Brasil sofreram alguma situação de violência entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025;
- As violências mais frequentes são agressões verbais/insultos, controle de comportamento, ameaças e violência física.
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