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Carnaval 2024: O caju samba na Sapucaí
No Rio, 500 mudas de caju clonadas de árvore com alta produtividade estiveram em carros alegóricos
Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com
10/02/2024 - 18:33

O cheiro doce do caju invadiu a Sapucaí na abertura da segunda noite de desfile do Grupo Especial do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, 12. A Mocidade Independente de Padre Miguel escolheu destacar o agronegócio neste carnaval e escolheu como enredo “Pede caju que dou… Pé de caju que dá”.



A fruta versátil e tropical não foi representada só nas fantasias. Os carros alegóricos tiveram 500 mudas de cajueiro. São clones de uma árvore mãe que está em uma fazenda experimental da Embrapa Agroindústria Tropical, no Ceará.
“Colocar o nosso caju em uma vitrine mundial como é o Carnaval do Rio de Janeiro aumenta o potencial de geração de negócios, não só pro exterior, mas dentro do próprio Brasil. Porque muitos brasileiros nem sabem que o caju é daqui”, diz Gustavo Saavedra, chefe geral da unidade.


As mudas doadas para a escola são clones extremamente produtivos, a partir de uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa. Com ela, os produtores de dois municípios do Rio Grande do Norte e um do Ceará conseguiram aumentar a produção de 200 a 400 quilos de castanha por hectare para 1.000 a 1.200 quilos por hectare.
“Meu caju, meu cajueiro
trecho do samba enredo “Pede caju que dou… Pé de caju que dá”
Pede um cheiro que eu dou
O puro suco do fruto do meu amor
É sensual, esse delírio febril
A Mocidade é a cara do Brasil”
“Com essa tecnologia, a fruta pode chegar a qualquer região do país. Antes, ela durava dois dias, mas agora, chega a mais de 20 dias, e em alguns casos, 35 dias”, explica Saavedra. Com isso, a fruta (e não só a castanha) pode cair no gosto do brasileiro, mesmo a mais de 2 mil quilômetros do local da produção. Hoje, os maiores produtores de caju estão no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.
No vídeo a seguir, confira o que Gustavo Saavedra diz sobre curiosidades do caju e a importância do destaque do agronegócio no carnaval.
Agronegócio no carnaval em São Paulo
Em São Paulo, a escola de samba Mancha Verde entrou no Sambódromo do Anhembi no ultimo sábado, 10, também destacando o agronegócio. O enredo “Do nosso solo para o mundo: o campo que preserva, o campo que produz, o campo que alimenta” embalou quem acompanhava a sexta escola a desfilar na primeira noite do desfile do Grupo Especial de São Paulo.
“Escorre à enxada o suor que vem do povo
trecho do samba enredo “Do nosso solo para o mundo: o campo que preserva, o campo que produz, o campo que alimenta”
Em cada grão a liberdade na raiz
Escorre à enxada o suor que vem do povo
Traz na semente o futuro do país
Brasil onde mora o verde
Brasil, teu celeiro partilha
Coragem na busca de um sonho
Na mesa a união da família”
A escola ressaltou a riqueza da agropecuária do país, com um samba enredo que narra a força do campo, a importância da produção de alimentos e a preservação ambiental. Soja, café, cacau, milho foram destaque, além da pecuária representada por bovinos, frangos e suínos.
Um dos mais importantes nomes da agricultura brasileira também foi homenageado em um dos carros alegóricos. Alysson Paolinelli, que faleceu em 2023, aos 86 anos, foi ministro da Agricultura e chegou a ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz pela atuação a favor da ciência.


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