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Economia

Soja e carne bovina lideram exportações do agro; café é impactado pelas tarifas

Embarques de carne bovina aos EUA recuam mais de 50% em outubro, mas setor consolida resultado positivo devido a outros mercados 

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Sabrina Nascimento| São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com

06/11/2025 - 16:33

Carne bovina foi o segundo produto agropecuário mais exportado em outubro, atrás apenas da soja. Foto: Adobe Stock
Carne bovina foi o segundo produto agropecuário mais exportado em outubro, atrás apenas da soja. Foto: Adobe Stock

A soja seguiu liderando as exportações da agricultura em outubro, conforme dados divulgados nesta quinta-feira, 06, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No período, o grão somou US$ 2,93 bilhões, com alta de 9,8%, refletindo a boa demanda da China e os preços internacionais estáveis.

As exportações de carne bovina, por sua vez, tiveram um crescimento de 10,5% em receita em comparação ao mesmo mês do ano passado, alcançando US$ 1,07 bilhão. Em volume, o Brasil exportou cerca de 183 mil toneladas de carne bovina no mês, um avanço de 8,7% frente ao mesmo mês do ano anterior. 

CONTEÚDO PATROCINADO

O resultado, conforme o MDIC, foi impulsionado pelo crescimento dos embarques para China, Emirados Árabes Unidos e Chile. Com isso, o produto manteve a posição de segunda principal commoditie agropecuária exportada em outubro, atrás apenas da soja.

Efeito das tarifas dos EUA

Apesar do crescimento geral, devido às tarifas adicionais de 50% impostas pelos Estados Unidos e em vigor desde agosto, foi verificada uma queda nos embarques de carne bovina para o mercado norte-americano. “[…] Outro destaque foi a carne bovina, que foi tarifada e apresentou queda superior a 50%. A celulose, embora não tenha sido tarifada, também registrou redução nas exportações. […] Por fim, o café, que foi tarifado, também mostrou retração nas vendas”, afirmou Herlon Alves Brandão, diretor do Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, em coletiva de imprensa.

No caso do café, as vendas externas em outubro somaram US$ 624 milhões, com volume de 164 mil toneladas. O resultado representa uma redução de 23,9% em valor e de cerca de 18% em quantidade na comparação com o mesmo mês de 2024. Assim como no caso da carne bovina, o recuo refletiu o impacto das tarifas norte-americanas sobre o setor. 

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No entanto, quando se olha o desempenho da cadeia de café no acumulado do ano (entre janeiro e outubro) há uma mudança de cenário. As exportações de café não torrado somaram US$ 11,82 bilhões, frente a US$ 8,96 bilhões em 2024 — avanço de 31,9% em valor.

Apesar da queda de 19,1% no volume embarcado, o resultado foi sustentado por uma forte valorização dos preços internacionais, que apresentaram alta de 63% no período. “No café, temos uma queda de volume embarcado, mas um grande aumento de preço que faz com que a receita aumente. Já no milho, temos ainda uma queda de valor e volume, mas observamos volumes crescentes nos últimos meses. Com isso, é possível que esse cenário se reverta porque temos uma oferta maior de milho este ano”, prospectou Brandão.

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