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Economia

Semana Santa começa com boas perspectivas do setor de pescados

Preços sofrem influência da boa produção brasileira e do dólar

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Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com

14/04/2025 - 08:00

Foto: Adobe Stock
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A tradição religiosa de trocar carnes por peixe na Quaresma, especialmente na Semana Santa, faz com que o setor de pescado viva o pico de vendas nessa época do ano. As estimativas das associações representativas indicam que o consumo da proteína aumentará dentro do esperado para esta época. 

“A gente está tendo uma Quaresma satisfatória dentro da expectativa. Em média, aumenta o volume de vendas algo em torno de 30%”, afirma o presidente executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros, ao Agro Estadão.

O início da Semana Santa marca também o início das férias coletivas de muitas indústrias do ramo, já que o fornecimento dos peixes foi feito dias antes e os trabalhos ficam mais na administração de estoques e na reposição das gôndolas dos supermercados. “Não vai faltar peixe. O consumidor não precisa se preocupar, pode deixar para comprar no dia anterior”, afirma Medeiros.

Cerca de 68% de toda a produção nacional de peixes de cultivo é de tilápia. Segundo as entidades ouvidas pelo Agro Estadão, neste ano os valores para o consumidor estão iguais ou mesmo abaixo dos encontrados nesta época em 2024. 

“Esta Quaresma, especificamente, é um pouco atípica com relação às anteriores, haja vista que, historicamente, a gente tem um aumento de preço ao consumidor. Mas este ano, principalmente para a tilápia, não teremos esse aumento. Nós estamos vendo os mesmos preços e inclusive uma redução. Isso ocorre porque a produção do ano passado foi muito alta, os estoques, especialmente de filé, estão altos e se aproveitou a quaresma para fazer a comercialização”, relata Medeiros. 

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Situação parecida é relatada pelo diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Jairo Gund, a respeito da polaca-do-alasca. Segundo ele, houve um recuo de 15% no preço em comparação com o mesmo período de 2024. “É um produto que se importa muito da China e da Rússia e pela alta produção e recomposição dos estoques pesqueiros lá, o preço teve uma retração”, complementa.

No entanto, os peixes importados, no geral, tiveram um aumento devido à valorização do Dólar frente ao Real. Em média, os preços desses pescados, como o salmão, subiram 12%. Outro que teve alta, neste mesmo nível, foi o panga devido ao aumento da demanda mundial. Gund ainda prevê mudanças para um futuro breve. 

“O panga teve um aumento de preço de setembro para cá em virtude do Reino Unido e do Leste Europeu ampliarem suas compras do Vietnã. Agora, vamos ver como vai ser o novo jogo após essas taxações americanas, uma vez que Vietnã e China estão com uma taxa muito maior. Temos uma expectativa de que esses produtos sofrerão uma pressão nos preços, mas para daqui a dois ou três meses”, projeta o executivo. 

Estabilidade no consumo após a Semana Santa

tilápia frita
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O diretor da Abipesca explica que “há 15 anos, vendiam-se, em fevereiro e março praticamente, 40% a mais do que a média anual. Logo após a Semana Santa, nos dois ou três meses seguintes, tinha uma queda de 30% a 40% em relação à média”, mas que na última década vem ocorrendo uma certa constância na venda de peixe durante os meses iniciais do ano. 

A diminuição das oscilações é vista com bons olhos pela indústria. Isso porque as empresas têm custos fixos e variações abruptas atrapalham o fluxo de caixa. Para Gund, isso também sinaliza que o “consumidor brasileiro está incorporando o pescado no seu hábito alimentar no ano todo”.

De olho nos selos — Uma dica que o presidente da Peixe BR deixa para a hora das compras é prestar atenção às informações contidas nas embalagens dos pescados. “Um aspecto que a gente trabalha é para o consumidor fazer a aquisição de produtos que apresentem os selos de serviços de inspeção na embalagem”, diz Medeiros.

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