Economia
Pecuária: alta no custo de reposição exige gestão de risco
Menor oferta de bezerros e alta nos custos de reposição devem gerar um aumento médio de 27,5% no preço do boi gordo em 2025, alerta Itaú BBA
Sabrina Nascimento | São Paulo
10/01/2025 - 10:00
O preço de reposição deve seguir em alta em 2025 diante de uma menor oferta de animais, projeta o Itaú BBA. Isso ocorre à medida que a redução na quantidade de bezerros disponíveis no mercado se reflete na alta da cria. Com isso, o cenário exigirá dos pecuaristas uma gestão do risco de preço do boi.
Segundo os especialistas, o quadro atual é resultado de uma série de fatores que impactaram o mercado de carne bovina em 2024, como a alta do preço da arroba do boi gordo. Esse aumento nos valores, forçou uma virada de ciclo pecuário, desencadeando no mercado um ajuste nos preços da reposição, mesmo com o processo de retenção de fêmeas ainda em fase inicial.
“Os preços do boi gordo devem ser favorecidos por uma menor oferta de fêmeas para abate neste ano, mas nos próximos meses, a tendência é de aumento sazonal da oferta, tanto em função da melhora das pastagens quanto do ciclo de descartes das fêmeas vazias”, destaca Itaú BBA em relatório.
O banco destaca ainda a tendência de demanda enfraquecida neste início de ano, tanto no mercado doméstico como nas exportações, o que pode ajustar os preços da arroba.
Entretanto, quando observada a curva futura das cotações, nota-se uma alta média anual de 27,5% frente a 2024. Esse aumento se deve ao fato de que, até setembro/outubro de 2024, muitos dos animais foram adquiridos a preços menores, o que, quando refletido no ciclo de produção, deverá gerar bons resultados, mesmo diante de um cenário atual de preços ajustados.
Pensando nos confinamentos, com entregas previstas para os próximos meses, o Itaú BBA ressalta que os bois magros adquiridos a partir de novembro apresentaram custos significativamente mais altos. Assim, será necessário um preço mais elevado para o boi gordo, a fim de garantir um bom resultado.
Nesse contexto, a gestão do risco de preços para as entregas do primeiro semestre de 2025, que coincidem com o período de safra, se torna fundamental. “E o momento atual é oportuno para as fixações de preços”, ressaltam os especialistas em relatório.
Queda global na produção de carne bovina em 2025
A oferta mundial de carne bovina deve ficar menor em 2025. Segundo projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a produção global da proteína nos quatro maiores produtores — Estados Unidos, Brasil, União Europeia e China — devem recuar.
O maior retrocesso será registrado pelos EUA, com uma redução de 4% — equivalente a 487 mil toneladas a menos. No caso do Brasil, a queda esperada é de apenas 0,8% (-100 mil toneladas). O Itaú considera um impacto pequeno para produção brasileira, “levando em conta que a retenção de fêmeas tende a se intensificar”, pontua.
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