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Economia

Para além dos vinhedos da serra gaúcha

Rumo ao centenário em 2031, a Aurora, maior cooperativa vinícola do Brasil aposta em inovação, novos nichos de mercado e expansão da produção para outros Estados

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Fernanda Farias* | Bento Gonçalves e Pinto Bandeira (RS) | fernanda.farias@estadao.com

29/01/2025 - 07:30

Vinhedos da Cooperativa Aurora em Pinto Bandeira (RS). Foto: Fernanda Farias
Vinhedos da Cooperativa Aurora em Pinto Bandeira (RS). Foto: Fernanda Farias

A colheita de uva no Rio Grande do Sul começou com expectativas positivas. Após um 2024 difícil, com prejuízos causados pelas chuvas, a Cooperativa Aurora, maior vinícola do Brasil, projeta colher 75 milhões de quilos de uva, o melhor desempenho desde 2021, quando atingiu 90 milhões de quilos. No ano passado, a produção caiu 28,6%, fechando em 50,3 milhões de quilos.

Com 3 mil hectares de vinhedos em 11 municípios da serra gaúcha, 75% das uvas da Aurora são americanas e híbridas, destinadas a sucos e vinhos de mesa, e o restante, de variedades europeias, é usado em vinhos e espumantes. Líder com 36% de participação no mercado de suco de uva, a Aurora também representa uma em cada três garrafas de vinho nacional consumidas no Brasil. São Paulo é o principal mercado, seguido por Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Crescimento das vendas 

Em 2024, a Aurora registrou crescimento de 20% nas vendas de espumantes, alcançando 7,3 milhões de garrafas. As exportações aumentaram 176%, com 46,5 mil garrafas enviadas a Curaçau, Japão, México, Paraguai e Rússia. Espumantes da cooperativa fazem parte da única região com Denominação de Origem exclusiva para borbulhas do Hemisfério Sul, a D.O. Altos de Pinto Bandeira.

A meta da cooperativa é crescer 10% ao ano, impulsionada por novidades. “Estamos lançando dez produtos novos por ano”, afirma Rodrigo Valério, diretor de Marketing e Vendas. A demanda por bebidas sem álcool, inspiradas no espumante, também tem estimulado a produção. “Os espumantes passaram a marcar presença no dia a dia, com vendas consistentes durante todo o ano”, avalia.

Inovação e boas práticas

Para a tecnologia, é difícil dizer não. Em 43 propriedades de cooperados, que somam 600 hectares, estações meteorológicas já oferecem informações climáticas com semanas de antecedência, transformando o manejo. O produtor Vinicios Dall’Oglio relata que defensivos, antes aplicados semanalmente, agora são usados apenas quando necessário, o que gera economia anual de R$ 8 mil a R$ 12 mil. “Hoje percebo o quanto de produtos jogamos na natureza sem necessidade”, afirma.

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Dall’Oglio também adotou melhorias nos alojamentos da propriedade. “Foi natural, porque já fazíamos ajustes”, diz ele. As mudanças vieram após denúncias, em 2023, de condições análogas à escravidão em alojamentos de uma empresa terceirizada ligada a vinícolas da região, incluindo a Aurora, que negou envolvimento direto. Agora, trabalhadores são contratados no regime CLT e hospedados em alojamentos próprios dos produtores, onde também fazem as refeições. A Aurora também contratou consultoria em compliance de cooperativas e reforçou seu compromisso com a agenda ESG.

Além da serra gaúcha

presidente da Cooperativa, Renê Tonello, e o diretor de Marketing, Rodrigo Valerio
O diretor de Marketing, Rodrigo Valério, e o presidente da Cooperativa Aurora, Renê Tonello. Foto: Eduardo Benini

De olho no centenário em 2031, a Cooperativa Aurora prepara mudanças no estatuto para expandir o número de cooperados para outras regiões do estado e do país. A expectativa é incluir produtores inclusive de Petrolina (PE), onde uma equipe da cooperativa fará uma imersão em breve. “A partir de abril, vamos reformar o estatuto e não descartamos abrir para associados de outras regiões”, afirma o presidente Renê Tonello.

*Jornalista viajou a convite da Cooperativa Aurora.

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