Economia
Índice da FAO de preços dos alimentos cai, com cereais, açúcar e óleo vegetais
Já o índice de preço da carne teve alta de 6,8% e o de lácteos de 21,5%, em relação ao valor de 2024

Broadcast Agro
06/06/2025 - 15:53

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) teve média de 127,7 pontos em maio, queda de 1 ponto (0,8%) ante abril. Segundo a FAO, os recuos nos preços de cereais, açúcar e óleo vegetais compensaram os avanços de carnes e lácteos. O índice mensal ficou 7,2 pontos (6%) acima de maio do ano passado, mas permaneceu 32,6 pontos (20,3%) abaixo do pico atingido em março de 2022.
O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 109 pontos no mês passado, perda de 2 pontos (1,8%) ante abril e 9,7 pontos (8,2%) abaixo do registrado um ano antes. Segundo a FAO, os preços do milho caíram com a forte concorrência e o aumento da oferta sazonal de Brasil e Argentina, com a colheita de ambos acima do ritmo do ano passado. Expectativas de colheita recorde nos EUA também pesaram.
O trigo recuou de forma moderada, com a demanda contida e a melhoria das condições das colheitas no Hemisfério Norte. Chuvas no fim do mês reduziram o risco de seca em partes da Europa, no Mar Negro e nos EUA. Entre outros grãos, os preços do sorgo e da cevada também cederam. Em contraste, o Índice de Preços do Arroz aumentou 1,4% em maio.
O levantamento da FAO também mostrou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 152,2 pontos em maio, recuo de 5,8 pontos (3,7%) ante abril, mas 19,1% acima de maio de 2024. O óleo de palma caiu pelo segundo mês seguido, mantendo um desconto em relação aos óleos concorrentes, em virtude das produções sazonalmente maiores e o avanço da oferta no Sudeste Asiático, disse a FAO.
Os preços do óleo de soja também cederam, pressionados pelo aumento da oferta na América do Sul e pela demanda moderada por matéria-prima para biocombustíveis, particularmente nos EUA. Já o óleo de colza recuou com a perspectiva de melhor oferta na União Europeia, enquanto o óleo de girassol caiu com o enfraquecimento da demanda.
O subíndice de preços da Carne da FAO teve média de 124,6 pontos em maio, alta de 1,6 ponto (1,3%) em relação ao valor de abril e 7,9 pontos (6,8%) ante o nível do ano anterior. Os preços da carne suína aumentaram com a demanda fortalecida e a forte alta nos preços da Alemanha, após o país recuperar o status de livre de febre aftosa.
Os preços da carne bovina também subiram, atingindo novo recorde histórico, em meio à demanda sólida e à oferta limitada. A carne ovina também teve ganhos no mês. Contudo, os preços da carne de aves caíram com as cotações mais baixas no Brasil, onde um caso de gripe aviária em granja comercial levou à imposição de embargos, resultando em excedentes robustos, afirmou a FAO.
O relatório mostrou, ainda, que o subíndice de preços de Lácteos teve média de 153,5 pontos em maio, 1,3 ponto (0,8%) maior que abril e 27,2 pontos (21,5%) acima do valor do ano passado.
De acordo com o relatório, os preços da manteiga seguiram em níveis historicamente altos, sustentados pela forte demanda de Ásia e Oriente Médio em meio à oferta restrita de leite na Austrália, e apesar do recuo na demanda pelo produto da União Europeia (UE).
Para o queijo, os preços subiram pelo segundo mês seguido, com a demanda sustentada e a disponibilidade limitada na UE.
Os preços do leite em pó integral subiram mais de 4% no mês, com compras robustas da China. Já os preços do leite em pó desnatado cederam 0,2%, com ampla oferta das regiões produtoras de manteiga.
De acordo com a instituição, o subíndice de preços do Açúcar teve média de 109,4 pontos em maio, terceira queda mensal seguida, com recuo de 2,9 pontos (2,6%) ante abril e 7,7 pontos (10,9%) abaixo do valor de um ano atrás.
A queda foi atribuída à demanda mais fraca, em meio a preocupações com as incertezas do cenário econômico mundial e seu possível efeito na demanda das indústrias de bebidas e de processamento de alimentos.
Além disso, as previsões iniciais de uma possível recuperação da produção global de açúcar em 2025/26 – apoiadas por expectativas de maiores safras na Índia e na Tailândia, após o início antecipado da temporada de monções – exerceram pressão adicional, segundo a FAO.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Pouco espaço em casa? Veja como fazer uma horta vertical
2
Chamada de nova soja, cannabis pode gerar quase R$ 6 bilhões até 2030
3
Conheça a frutinha 'parente' da jabuticaba e pouco explorada
4
Banco do Brasil inicia renegociações de dívidas na próxima semana
5
Soja: Argentina zera impostos e ameaça exportações do Brasil para a China
6
EUA caem para 7º lugar entre destinos da carne bovina brasileira em agosto

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Economia
Cafeicultores da Colômbia cobram governo para impedir triangulação
Hipótese de triangulação foi levantada após a Colômbia elevar em 578% as importações de café do Brasil em agosto

Economia
Colunista do Agro Estadão integra delegação brasileira em cúpula global na Bélgica
Teresa Vendramini e mais cinco lideranças femininas participam de painel sobre inovação e sustentabilidade no agro brasileiro

Economia
Banco do Brasil inicia renegociações de dívidas na próxima semana
Documento do BNDES para linha com juros controlados também é esperado para os próximos dias

Economia
Agricultores vão às ruas na França contra acordo Mercosul-UE
Com tratores e cartazes, grupo quer atrair atenção de Emmanuel Macron e afirma que ‘A revolta camponesa recomeçou em Versalhes’
Economia
Azerbaijão abre mercado para produtos cárneos processados do Brasil
País importou mais de US$ 21 milhões de produtos do agro brasileiro no ano passado
Economia
China pode hesitar em comprar soja dos EUA mesmo com acordo, diz CEO da CNH
Egito, Taiwan e México foram os principais compradores da oleaginosa norte-americana na última semana
Economia
Anec reduz previsão de embarque de soja e de farelo e eleva a de milho em setembro
Exportações em setembro devem ficar entre 16,451 e 17,265 milhões de toneladas; no mesmo mês do ano passado, atingiram 13,35 milhões
Economia
Faturamento bruto do setor agropecuário atinge R$ 1,4 trilhão
Milho, café e bovinos apresentam perspectivas de crescimento acima de 20%