Cotações
FAO: índice de preços recua em agosto pressionado por açúcar, carne e cereais
A média ficou em 120,7 pontos e ficou abaixo da registrada em agosto de 2023

Broadcast Agro
06/09/2024 - 09:55

São Paulo, 6 – O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) de agosto ficou ligeiramente abaixo do valor revisado do mês anterior. A média ficou em 120,7 pontos no oitavo mês do ano, pressionada pela redução no subíndice de cereais, carnes e açúcar, que superaram avanços nos preços de óleos vegetais e lácteos. O índice permaneceu 1,1% abaixo do valor correspondente de 2023 e foi 24,7% menor que o pico de 160,3 pontos alcançado em março de 2022.
O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 110,1 pontos em agosto, recuo de 0,6 ponto (0,5%) ante julho e de 14,9 pontos (11,9%) diante de agosto de 2023. Segundo a FAO, os preços do trigo caíram com uma demanda lenta e uma forte concorrência, especialmente vinda do Mar Negro. Além disso, a produção de trigo maior do que o esperado na Argentina e nos Estados Unidos contribuíram para a queda. Em contraste, os preços do milho se firmaram ligeiramente, sustentados por preocupações com as ondas de calor na União Europeia e nos EUA. A oferta mais restrita na Ucrânia, com uma revisão para baixo na previsão de produção, também forneceu suporte, disse a entidade.
Entre outros grãos, os preços mundiais da cevada caíram enquanto os de sorgo aumentaram, apontou o relatório. Já o Índice de Preços do Arroz da FAO aumentou 0,6% em agosto.
O levantamento mostrou, ainda, que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais teve média de 136 pontos no mês passado, alta de 1 ponto (0,8%) ante julho, e alcançando o nível mais alto desde janeiro de 2023. O resultado refletiu principalmente os preços mais altos do óleo de palma, com a produção na Indonésia abaixo de seu potencial e apesar do fortalecimento sazonal. Por outro lado, os preços do óleo de soja caíram, influenciados pelas perspectivas de ampla produção global de soja em 2024/25. Enquanto isso, após seguidas altas, os preços dos óleos de girassol e colza também caíram, com uma desaceleração na demanda global e uma pressão sazonal na colheita de colza no Canadá.
O subíndice de preços da Carne da FAO teve média de 119,5 pontos em agosto, perda de 0,9 ponto (0,7%) ante julho, mas 4,3 pontos (3,7%) acima do valor de 2023. As cotações da carne de aves caíram com os efeitos da suspensão de exportações relacionada à doença de Newcastle no Brasil, apesar do governo declarar o fim do surto uma semana depois, disse a FAO. Os preços da carne suína diminuíram pelo segundo mês seguido, com a fraca demanda e a ampla oferta. Já os preços da carne ovina recuaram, depois de três meses de altas, com a desaceleração nas compras, especialmente da China. Em contrapartida, a carne bovina teve ligeiro aumento com a queda na oferta de animais para abate na Oceania.
O relatório mostrou, ainda, que o subíndice de preços de Lácteos teve média de 130,6 pontos em agosto, alta de 2,8 pontos (2,2%) ante julho e de 16,3 pontos (14,2%) ante o valor de um ano atrás. Segundo a FAO, todos os produtos tiveram aumento no mês. O leite em pó integral subiu com o aumento na demanda e estoques apertados, enquanto o queijo foi impulsionado por estoques limitados e menor produção na Europa. As cotações da manteiga e do leite em pó desnatado também avançaram, com as cotações da manteiga atingindo uma alta histórica, sustentadas pelo aumento da demanda de curto e longo prazo, além de “incertezas sobre a adequação da oferta de leite na Europa Ocidental, apesar das quedas nas cotações de preços da Oceania por conta da demanda mais fraca”, disse.
De acordo com a FAO, o subíndice de preços do Açúcar teve média de 113,9 pontos no mês passado, queda de 5,7 pontos (4,7%) ante julho e 34,3 pontos (23,2%) abaixo de 2023, atingindo o menor nível desde outubro de 2022. O declínio mensal ocorreu com a melhora das perspectivas de produção em 2024/25 na Tailândia e na Índia, após chuvas favoráveis. Além disso, preços mais baixos do petróleo exerceram ainda mais pressão, disse a FAO. Contudo, no final de agosto, “preocupações com os incêndios em canaviais em áreas-chave de cultivo do Brasil, juntamente com relatos de produção de açúcar menor do que o esperado na primeira metade do mês, sustentaram aumentos acentuados”, afirmou.
Siga o Agro Estadão no Google News, WhatsApp, Instagram, Facebook ou assine nossa Newsletter

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Cotações
1
Limão-taiti tem alta de 28% na semana
2
Mandioca tem maior desvalorização semanal desde março de 2024
3
Soja acompanha Trump, clima na América do Sul e dólar abaixo de R$ 6
4
Com maior oferta, alface ficou mais barata
5
Beneficiamento de arroz no RS atinge menor nível em quatro anos
6
Arroba do boi segue firme com alta nas exportações em janeiro

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Cotações
Avanço da colheita pressiona cotações do feijão
Valor da saca no noroeste de Minas Gerais caiu mais de 3% no acumulado do mês

Cotações
Baixa qualidade da laranja afeta indústria e pressiona as cotações
Preço da laranja recuou 3,63% em fevereiro diante da maior oferta e redução da demanda

Cotações
Suínos têm tendência de alta, indica Cepea
Exportações nos primeiros dias de fevereiro começam intensas

Cotações
Produção de soja em 2024/25 é mantida em 171,7 milhões de toneladas, diz Abiove
Com relação às exportações, as projeções confirmam os novos níveis históricos previstos, com expectativa de 106,1 milhões de toneladas de grãos exportados
Cotações
Preços da tilápia aumentam com maior procura pela proteína
Proximidade da Quaresma colabora com a tendência de alta
Cotações
Algodão tem negociações pontuais no mercado interno e exportações aquecidas
Mês de janeiro registrou vendas recordes da pluma, com mais de 415 mil toneladas embarcadas
Cotações
Período de entressafra tem açúcar em queda e etanol com valorização
Usinas cedem a preços de compradores para o açúcar. A demanda aquecida ajuda a manter altas do etanol
Cotações
Preço da batata sobe nos atacados com oferta reduzida
Chuvas em regiões produtoras dificultam a colheita e elevam os preços em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro