Economia
Goiás endurece medidas de controle de brucelose e tuberculose em rebanhos
Normativa da Agrodefesa torna obrigatória a vacinação e atualiza exigências para diagnóstico, trânsito e certificação sanitária

Redação Agro Estadão
23/05/2025 - 12:19

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) publicou nesta semana uma normativa que enrijece as medidas de controle da brucelose e da tuberculose animal em todo o território goiano. A Instrução Normativa n.º 02/2025 estabelece novas regras para vacinação, diagnóstico, comercialização de insumos, movimentação de animais e certificação sanitária de propriedades.
O objetivo, segundo a Agrodefesa, é garantir a saúde do rebanho e a segurança da cadeia produtiva da carne e do leite. A brucelose e a tuberculose são doenças infecciosas que afetam bovinos e bubalinos, causadas por bactérias dos gêneros Brucella e Mycobacterium, respectivamente. Ambas são zoonoses, ou seja, podem ser transmitidas aos seres humanos, principalmente por meio do consumo de leite cru ou contato direto com animais infectados.
A medida revoga quatro instruções anteriores, publicadas entre 2006 e 2018, unificando legislações estaduais sobre o tema, conforme as diretrizes do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Entre os destaques da nova normativa estão a obrigatoriedade da vacinação de fêmeas bovinas e bubalíneas entre três e oito meses com as vacinas B19 ou RB51; a exigência de emissão de atestado digital de vacinação no Sidago, em até 30 dias após a aquisição da vacina; o bloqueio automático para trânsito e comercialização de leite em propriedades inadimplentes; regras claras para controle de focos; e a regulamentação da certificação de propriedades livres da doença.
Segundo a gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo, a nova normativa reflete um esforço de atualização técnica para adequação da norma aos sistemas digitais implantados e utilizados em Goiás. “Estamos consolidando normas, padronizando procedimentos e, sobretudo, tornando o controle mais ágil e confiável, com o uso obrigatório do Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago) em todas as etapas, desde a comprovação da vacinação até o registo dos exames laboratoriais. Isso melhora o monitoramento e, consequentemente, a sanidade animal, proporcionando segurança ao produtor e à sociedade”, afirma em nota.
Confira os principais pontos abordados:
- Comercialização de vacinas: só pode ser feita por revendas cadastradas na Agrodefesa, com exigência de receituário veterinário, nota fiscal eletrônica e registro das vacinas no Sidago.
Vacinação contra brucelose: obrigatória em fêmeas bovinas e bubalíneas de 3 a 8 meses, com B19 ou RB51 (essa última apenas para bovinos). Deve ser feita por veterinário cadastrado ou auxiliar autorizado, com marcação na face e comprovação no Sidago em até 30 dias.
Insumos para diagnóstico: venda restrita a veterinários habilitados pelo Mapa. É proibido doar ou compartilhar insumos. Todo o movimento deve ser registrado no Sidago.
Testes diagnósticos: devem ser feitos por veterinários habilitados. Locais de exame são vistoriados e precisam ser equipados. Resultados positivos devem ser registrados em até um dia útil; negativos, em até sete. Positivos devem ser marcados e eliminados.
Focos de brucelose/tuberculose: propriedades com casos são consideradas foco. É obrigatório o saneamento, com eliminação dos animais reagentes e restrições à comercialização de leite e ao trânsito de animais.
Regularidade sanitária: exige vacinação em dia e ausência de focos. A Agrodefesa pode emitir declaração de regularidade mediante solicitação.
Venda de leite cru: só é permitida para laticínios que adquiram leite de propriedades sanitariamente regulares, com verificação via Sidago.
Trânsito de animais e eventos: A GTA depende da regularidade sanitária. Fêmeas só podem circular após vacinação. Eventos e trânsito interestadual para reprodução exigem exames negativos. Positivos só podem circular para abate. - Certificação de propriedades livres: voluntária, válida por 12 meses. Exige dois testes negativos com intervalo de 6 a 12 meses e vistoria da Agrodefesa. Entrada de novos animais exige exames negativos. A condição de “livre” deve constar na GTA.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Pouco espaço em casa? Veja como fazer uma horta vertical
2
Chamada de nova soja, cannabis pode gerar quase R$ 6 bilhões até 2030
3
Banco do Brasil inicia renegociações de dívidas na próxima semana
4
Conheça a frutinha 'parente' da jabuticaba e pouco explorada
5
Soja: Argentina zera impostos e ameaça exportações do Brasil para a China
6
Safra 2025/2026 deve bater novo recorde com 353,8 milhões de toneladas

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Economia
Com ajuda dos EUA, Austrália deve bater recorde nas exportações de carne bovina
No acumulado de janeiro a setembro, as exportações da proteína australiana cresceram 16,5%

Economia
Polícia investiga esquema de R$ 120 milhões em golpes na venda de grãos
Foram cumpridas 87 ordens judiciais em nove Estados contra a associação criminosa que aplicava estelionato eletrônico no agronegócio

Economia
Metanol: como falhas na produção podem causar contaminação
Presente em pequenas quantidades, o metanol se torna perigoso quando há falhas na destilação ou adulteração de bebidas

Economia
Brasil e Singapura fecham acordo para ampliar comércio de proteína animal
Acordo prevê a cooperação em temas técnicos e regulatórios, e apoio a ações envolvendo carnes de frango, suína e produtos processados
Economia
Exportações de amendoim até agosto registram recorde de 180 mil toneladas
Com 86% da produção nacional, Estado de São Paulo consolida liderança e amplia presença no mercado internacional
Economia
Exportações agropecuárias fecham setembro com incremento de 18%
Mesmo sem os Estados Unidos, carne e café cresceram em receita; animais vivos e tabaco também se destacaram nas remessas de setembro
Cotações
Exportação de algodão na safra 2024/2025 vai depender do apetite chinês
Chineses colheram supersafra de algodão, o que, segundo o IBA, afeta os embarques brasileiros; para a Índia, expectativa é de crescimento
Economia
Maior área de plantio de grãos pode impulsionar venda de máquina agrícola
Projeção é da Abimaq e se baseia em números da Conab, que estima plantio de 84,24 milhões de hectares contra 81,74 milhões na safra anterior