Economia
Ferrugem da soja: Paraná e Rio Grande do Sul lideram casos da doença; país tem 315 ocorrências
Veja imagens de lavoura tomada pela ferrugem; registro foi feito pela Aprosoja Brasil no norte do RS
Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com
07/03/2024 - 14:24
O Paraná é o estado com mais ocorrências da ferrugem asiática em lavouras de soja nesta safra de 2023/2024, com 128 registros, segundo o Consórcio Antiferrugem da Embrapa. O Rio Grande do Sul aparece em segundo, com 104 notificações, e em terceiro está o Mato Grosso do Sul, com 34. Os números são da atualização mais recente, no dia 1º de março.
O presidente da Aprosoja do Rio Grande do Sul, Irineu Orth, comentou a alta incidência de ferrugem na soja ao Agro Estadão. “Tiveram lavouras que ficaram 25, 30 dias sem chuva e com muito calor. Alguns produtores descuidaram um pouco da aplicação de fungicidas nessas áreas”, avaliou Orth.
Em todo o Brasil, o número de casos de ferrugem asiática na soja soma 315. No ciclo 2022/2023, o Consórcio Antiferrugem da Embrapa registrou 295 ocorrências da doença no país. O Paraná teve 83, Mato Grosso do Sul com 57, e Rio Grande do Sul com 44 casos.
A preocupação de Orth é com o grão tardio: “quando as primeiras sojas forem colhidas, o pó da ferrugem vai se espalhar e pode atingir essas outras áreas”. Apesar disso, o produtor rural espera que o prejuízo com a ferrugem não seja muito expressivo, já que o estado está com lavouras em boas condições e as primeiras áreas colhidas, cerca de 1%, estão com resultados positivos em médias de produtividade. A Aprosoja RS estima que a colheita ficará entre 20 e 22 milhões de toneladas.
Vídeo mostra lavoura de soja tomada por ferrugem no RS
O presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan, gravou imagens de uma lavoura de soja em São João da Urtiga, no norte do Rio Grande do Sul, dominada pela ferrugem asiática. A doença é uma das que mais afetam as lavouras do grão no país e, se não for controlada, pode comprometer 90% da produção. Nas imagens, as folhas aparecem com pústulas, que são manchas em tons de vermelho e marrom.
Ao Agro Estadão, Galvan conta que percorreu o norte gaúcho, passando por Santa Catarina e Paraná, e encontrou lavouras de soja com ferrugem a uma distância de 70 quilômetros entre elas. “Encontramos a mesma agressividade em lavouras de Santa Catarina, e no Paraná, tem ferrugem para todo o lado. Ainda é cedo para estimar uma perda em função da doença, mas ela é bastante agressiva”, comenta.
O Brasil deve colher 149,5 milhões de toneladas de soja, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o que representa – 3,4% em relação à estimativa inicial. Já a Aprosoja Brasil discorda e estima 135 milhões de toneladas de soja.
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