Aprosoja Brasil: “safra 2023/2024 é para esquecer”
Associação cobra medidas de bancos e do governo federal para auxiliar produtores
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06/03/2024
Por: Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com
Para a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), 2024 foi um ano em que tudo deu errado e que deve ser esquecido. Em nota divulgada nesta quarta-feira, 6, a entidade faz um balanço do ano safra pelos olhos do agricultor.
O texto relembra que houve atraso na hora de plantar a soja por falta de umidade na maior parte do país e pelo excesso de chuva no sul. Com falha no desenvolvimento das lavouras, muitos agricultores fizeram dois e até três replantios. Já na hora de colher, um grande volume de chuva impediu os trabalhos e ainda possibilitou o aparecimento de doenças, como a ferrugem asiática, e de pragas, como a mosca branca.
As estimativas da entidade são de quebra de safra em Mato Grosso (21%), Tocantins (20%) e Goiás (15%). “A Aprosoja Brasil mantém sua estimativa de, aproximadamente, 135 milhões de toneladas, pois os relatos dos produtores refletem a realidade vivida no campo, que é muito diferente das estimativas atuais de empresas privadas e órgãos oficiais. (…) mesmo nos cultivos que estavam visualmente em boas condições, os grãos não estão se desenvolvendo bem por conta de anomalias existentes, com redução do peso, e as colheitadeiras estão registrando uma produtividade bem menor do que foi estimada inicialmente”, disse a nota.
O texto também destaca os baixos preços praticados, como em Mato Grosso, o principal estado produtor de grãos, onde a saca está sendo vendida entre R$ 80 e R$ 105. “Se o mercado refletisse a realidade das lavouras, frente a grande demanda mundial pela oleaginosa, os preços estariam apresentando um comportamento inverso ao atual (…) como de costume, os dados da safra são superestimados artificialmente, baseados no cenário mais otimista, com benefício aos compradores”, criticou a nota.
A Aprosoja Brasil termina o posicionamento afirmando que é hora de buscar soluções e que tem feito movimentações junto à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), instituições financeiras e Ministério da Agricultura para que as soluções para socorrer os produtores estejam acessíveis o mais breve possível.
Nesta semana, o Agro Estadão informou que, nos próximos dias, o governo vai anunciar a prorrogação das dívidas para os principais setores afetados pelo clima.