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Economia

Embrapa: queimadas afetam produção e elevam risco de perdas na próxima safra

Canaviais tiveram mais de 4 mil focos de incêndios entre maio e setembro; para a soja, houve prejuízos com perda de cobertura de solo

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Broadcast Agro

23/10/2024 - 08:00

Incêndio atinge matas e canaviais de Poloni, no interior de São Paulo. Foto: Ayrton Vignola
Incêndio atinge matas e canaviais de Poloni, no interior de São Paulo. Foto: Ayrton Vignola

São Paulo, 22 – As plantações de cana-de-açúcar foram as mais atingidas pelos incêndios que atingiram o Brasil entre maio e setembro, com prejuízos que devem impactar fortemente a próxima safra. De acordo com um levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os canaviais registraram mais de 4 mil focos de incêndio no período – aumento significativo em relação aos 650 focos identificados em 2023. “Veremos perdas tanto pela ação do fogo quanto pela queda de produtividade causada pelo estresse hídrico”, afirmou o pesquisador da área de Agrometeorologia da Embrapa Milho e Sorgo (MG) Daniel Pereira Guimarães, em nota.

Guimarães, responsável pelo mapeamento dos incêndios, destacou que o Brasil enfrentou mais de 200 mil focos de calor em 2024, número que supera em mais de duas vezes os 90 mil registros do ano anterior. O pesquisador observou que “os principais focos ocorreram em áreas de formação florestal, principalmente na Amazônia e no Pantanal mato-grossense.”

Outras culturas importantes para o agronegócio brasileiro também foram afetadas. Nas áreas de soja, apesar do período de pousio, houve perda significativa de matéria orgânica e de cobertura do solo. Já os cafezais, embora tenham sido menos atingidos diretamente pelas queimadas, enfrentam uma escassez severa de água, um problema que também afeta as áreas de fruticultura.

São Félix do Xingu, no Pará, foi o município mais afetado pelos incêndios, com 7.657 focos de queimadas, sendo 3.846 em áreas de mata. Guimarães explicou que, diferentemente das pastagens, as áreas de mata não se regeneram da mesma maneira: “A vegetação florestal não está adaptada aos impactos das queimadas e tende a perecer, enquanto as áreas de campo, como as de Cerrado e pastagens, se recuperam mais facilmente com a chegada do período chuvoso.”

Segundo o pesquisador, a gravidade da situação revelou a necessidade de um monitoramento mais amplo e eficaz das áreas de risco. Guimarães defendeu a ampliação do uso de tecnologia para antecipar problemas. “Precisamos integrar os dados climáticos com o mapeamento do solo e o cadastro rural para uma fiscalização mais efetiva”, disse. Segundo o levantamento, as queimadas, que só diminuíram com a chegada das chuvas em outubro, também provocaram consequências no ar, como a alta poluição atmosférica nas regiões afetadas.

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