Economia
Conab reduz em 8% a safra de grãos; produção de soja cai para 146,5 milhões de toneladas
Enquanto soja e milho caem, a produção de algodão sobe em área e produção

Fernanda Farias | fernanda.farias@etadao.com
11/04/2024 - 11:29

A safra de grãos 2023/2024 sofreu mais uma redução na estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), desta vez em 8% em relação à safra passada. O Brasil deve produzir 294,1 milhões de toneladas de grãos em uma área de 78,53 milhões de hectares.
Segundo o sétimo levantamento de Safra da Conab divulgado nesta quinta-feira, 11, a intensidade do fenômeno El Niño teve influência forte e negativa desde o início do plantio até o desenvolvimento das lavouras e impacta a produtividade média, que saiu de 4.072 quilos por hectare para 3.744 kg/ha.
A colheita da soja está em 76,4% da área cultivada no país com produção estimada de 146,52 milhões de toneladas. O volume significa uma redução de 5,2% em relação ao ciclo 2022/2023 e de 9,6% considerando a estimativa inicial da Conab. As lavouras ocupam 45,2 milhões de hectares, um pequeno crescimento de área. Já a produtividade caiu 7,7% e está em 3.239 kg/ha.
Segundo análise dos técnicos da Conab, as estimativas de produtividade aumentaram em Mato Grosso, Bahia e Goiás. Já em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, as precipitações irregulares e as altas temperaturas continuam prejudicando o desenvolvimento da cultura.
A expectativa é boa para o Rio Grande do Sul, que está no início da colheita. Pelos resultados obtidos até agora, a produtividade deve ser recuperada e o estado deve voltar a ocupar a segunda posição na produção de soja no país, com 40,087 mil toneladas, atrás de Mato Grosso, com 84,3 mil toneladas.
A produção de milho deve sofrer uma queda significativa, de 15,9% somando as três safras, e chegar a 110,9 milhões de toneladas. A Conab estima redução de 8,1% na produtividade, alcançando 5.444 kg/ha e o total de área plantada de 20,382 milhões de hectares (-8,5%).
Por outro lado, o feijão, arroz, algodão, gergelim, sorgo e o trigo apresentam perspectivas de aumento de produção em relação ao último levantamento. O algodão é o destaque, com uma produção de 3,6 milhões de toneladas, aumento de 13,4%, mesmo com redução na produtividade de -2,5%, chegando a 1.860 kg/ha (especialmente no Maranhão). A área plantada com a pluma cresceu 16,3% e somou 1,935 milhão de hectares.
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