Boi, soja, milho e mais: tendências e desafios da semana | Agro Estadão
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Boi, soja, milho e mais: tendências e desafios da semana

Saiba como os conflitos tarifários, o clima e a oferta e a demanda devem impactar o mercado agrícola no curto e médio prazo

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Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com

18/03/2025 - 08:00

Foto: Adobe Stock
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O conflito comercial entre os Estados Unidos e a China segue no radar do mercado agrícola. A semana começou com a expectativa em torno da renovação de mais de mil credenciamentos de frigoríficos norte-americanos responsáveis pelas exportações de carnes para os chineses. As licenças foram acordadas na Fase 1 do acordo comercial firmado entre os dois países em 2020. 

Sem os registros, Pequim deixaria de comprar o produto dos Estados Unidos, gerando perdas de cerca de US$ 5 bilhões ao setor no país. Em contrapartida, essa janela poderia abrir oportunidades para outras nações, como Austrália, Argentina e Brasil. 

No fechamento do mercado de pecuária, agentes reportavam a renovação dos registros para instalações norte-americanas de carne suína e de aves, porém, os chineses ainda não tinham renovado os registros para carne bovina. Caso isso não ocorra, o Brasil pode se beneficiar dessa janela de mercado, avalia a consultoria Markestrat. 

Além disso, segundo a consultoria, o mercado de boi gordo sinaliza uma possível recuperação de preços no médio prazo, conforme observado na alta dos contratos futuros que, até a sexta-feira, 14, acumularam variações positivas entre 1,08% e 2,85% no acumulado do mês. 

Os especialistas alertam para a estabilidade dos preços no mercado físico, que pode indicar um ponto de suporte, reforçando a necessidade de monitoramento da demanda, que pode estar relacionada à virada do ciclo da pecuária. “Diante desse cenário, os pecuaristas devem acompanhar oscilações climáticas, custo dos insumos e acesso a crédito, pois esses fatores serão determinantes para a evolução do mercado”, sinalizam em relatório. 

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Soja

No curto prazo, o mercado de soja apresenta uma dinâmica de alta no mercado físico, mas queda nos preços futuros, refletindo uma possível pressão de uma oferta elevada. Em seu último relatório, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou uma produção brasileira de 167,4 milhões de toneladas — 13,3% superior em comparação com a safra anterior. 

Na sexta-feira, 14, a saca de 60 quilos da soja foi negociada em média a R$ 134,88 no indicador Cepea, base Paranaguá, sinalizando uma elevação frente ao mesmo período do mês anterior (R$ 130,68). 

Diante do quadro, a Markestrat recomenda que os produtores monitorem as condições climáticas, os estoques e a demanda para definir a melhor estratégia de comercialização, “garantindo margens sustentáveis no longo prazo.”

No caso do farelo de soja, o cenário é positivo no curto prazo, segundo a consultoria, com alta nos preços futuros impulsionada pela demanda e valorização em Chicago. Entretanto, os especialistas ponderam que, a estabilidade da tendência vai depender da colheita da soja no Brasil, da oferta de matéria-prima e da dinâmica do mercado internacional.

Milho

No mercado de milho, as perspectivas de preço são otimistas no curto prazo, com preços domésticos e futuros em valorização em março — 13,60% e 11,63%, respectivamente. 

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Porém, as projeções para os meses seguintes mostram um viés de baixa, impulsionado pela expectativa de produção recorde na segunda safra e possíveis ajustes na demanda. “O equilíbrio entre oferta e consumo será determinante para a evolução dos preços nos próximos meses”, dizem os especialistas. 

Trigo

No último mês, o trigo no mercado doméstico teve uma valorização média de 4,50%, enquanto na última semana a alta foi de 2,86%, “indicando uma valorização contínua devido a possíveis restrições de oferta”, segundo a Markestrat.

No entanto, a consultoria alerta que a expectativa de uma grande produção no Paraná — cerca de 4 milhões de toneladas —, pode pressionar os preços no longo prazo, tornando essencial uma gestão estratégica de comercialização para produtores e compradores.

Algodão

A variação levemente negativa (-0,40%) no mercado à vista do algodão na semana passada indica que o mercado está passando por um período de ajuste, principalmente devido ao fim da semeadura da cultura.

No entanto, no médio prazo, o mercado do algodão mostra um cenário positivo, com os contratos futuros em alta devido à forte demanda da Índia e às incertezas climáticas. Conforme a Markestrat, o monitoramento das exportações e das condições climáticas será essencial para a definição das estratégias comerciais nos próximos meses.

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Café

O mercado de café passa por um momento de ajuste de preços, com quedas pontuais no último mês, mas já há sinais de recuperação nos contratos futuros, com alta semanal de 0,25% e 1,16% nos vencimentos de março e julho, respectivamente. O contrato de março, inclusive, chegou a superar a marca de R$ 3.000 por saca de 60 quilos. 

Para a Markestrat, a previsão de valorização dos preços globais nos próximos anos pode favorecer o Brasil no longo prazo, tornando essencial um planejamento estratégico para mitigar a volatilidade e aproveitar as oportunidades no mercado internacional.

Laranja

O mercado de laranja e do suco da fruta enfrenta um período de forte desvalorização, impulsionado pelo aumento da oferta e pela menor demanda externa. Enquanto a laranja in natura pode começar a reagir, impulsionada pelo consumo interno, o suco segue pressionado, com estoques baixos, mas sem suporte para valorização no curto prazo. 

“O monitoramento da demanda internacional, políticas cambiais e condições climáticas será essencial para identificar oportunidades de recuperação no setor”, alertam os especialistas. 

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