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Economia

Clima preocupa cafeicultores e pode impactar próxima safra

Cooxupé alerta que efeitos das altas temperaturas só serão mensurados após a colheita da safra de café

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Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com

20/03/2025 - 15:05

Foto: Femagri/Divulgação
Foto: Femagri/Divulgação

As altas temperaturas somadas à estiagem nos primeiros meses de 2025 têm gerado preocupação entre os produtores de café. Segundo dirigentes da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), maior cooperativa de café do mundo, a escassez de chuvas e o calor intenso podem comprometer a produtividade da safra.

No entanto, para o superintendente de desenvolvimento do cooperado da Cooxupé, José Eduardo Santos Júnior, a avaliação do impacto exato dessas condições climáticas será possível apenas no momento da colheita e, em maior escala, na próxima safra. “Não foi só a seca. Foi o período prolongado sem chuvas, superior a 40 dias, e as temperaturas muito acima da média histórica que trouxeram sérios problemas para o café. Esse cenário não tem reversão”, destacou Júnior, durante coletiva de imprensa realizada na Femagri, feira de máquinas, implementos e insumos agrícolas de Guaxupé (MG), nesta quinta-feira, 20. 

No encontro com jornalistas, o vice-presidente da Cooxupé, Osvaldo Bachião Filho, lembrou ainda que, em fevereiro, as regiões produtoras tiveram recorde de temperaturas. Na época, os cafezais estavam em fase de enchimento dos grãos. “As chuvas ainda não retornaram de maneira igualitária em todos os lugares que a gente está. Tem lugar que choveu bem nesses últimos dias e lugar que ainda nem choveu. Então, a gente fica um pouco apreensivo”, afirma Filho. 

Ele ressalta que o impacto já pode ser observado no desenvolvimento das plantas, uma vez que, o cafeeiro solta um par de folhas novas a cada 15 a 20 dias, que se transformam em frutos futuramente. Porém, nos últimos 50 dias, isso não aconteceu. “Então, a matemática, com certeza, não vai ser muito favorável, de novo, aos cafeicultores”, sinaliza.

Carlos Augusto, presidente da Cooxupé, recorda que apesar das dificuldades climáticas, a cooperativa atingiu um faturamento recorde em 2024 — R$ 10,5 bilhões. No período, entretanto, houve queda no volume de recebimento de café por parte dos cooperados, resultado dos efeitos do clima na produtividade dos cafezais. “Os desafios são grandes, e o impacto real da estiagem será totalmente mensurado apenas após a colheita. Até lá, seguimos atentos e buscando alternativas para minimizar os prejuízos”, salientou.

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Cenário internacional

A atual conjuntura internacional diante da política tarifária dos Estados Unidos (EUA) também está sendo acompanhada com atenção pela Cooxupé, tanto no âmbito dos desafios, quanto das oportunidades. “Nós, por enquanto, não temos comprometimento porque essas medidas ainda não estão efetivadas”, lembrou Augusto. 

O superintendente da Cooxupé lembrou do episódio quando, recentemente, os Estados Unidos taxaram a Colômbia, um importante produtor de café, gerando pânico no mercado. Logo em seguida, retiraram a taxação devido a negociações entre os países. Segundo ele, a dependência dos EUA da produção de café de outros países é um fator que limita a adoção de medidas protecionistas severas. “Há um estudo que mostra que, para cada dólar que entra com a exportação de café, são gerados 43 dólares dentro dos Estados Unidos ao longo de toda a cadeia”, explicou. 

Foto: Femagri/Divulgação

24ª Femagri

A 24ª edição da Femagri, feira promovida pela Cooxupé em Guaxupé (MG), começou na quarta-feira, 19, e vai até a sexta-feira, 21, reunindo cerca de 35 mil cafeicultores e 120 expositores, de acordo com os organizadores. 

Com o tema “Agricultura e Mudanças Climáticas: Resiliência e Oportunidades”, o evento destaca soluções sustentáveis e tecnológicas para os produtores de café enfrentarem os desafios climáticos. 

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