Economia
Agroalianças e presença feminina fortalecem o agronegócio, diz Abag
Às vésperas da COP 30, diretora executiva da Associação Brasileira do Agronegócio reforça ainda a importância de disseminar a sustentabilidade do setor
Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com
22/10/2025 - 13:00

Durante a abertura do 10º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) nesta quarta-feira, 22, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) destacou a força feminina e o papel das agroalianças para o fortalecimento do setor.
Segundo a diretora executiva da Abag, Gislaine Balbinot, são as agroalianças que ajudarão o setor a ultrapassar os atuais desafios, como o tarifaço dos Estados Unidos (EUA) que atinge importantes setores do agronegócio. “Um ano que a gente está às vésperas da COP30 a gente precisa levar essa mensagem de que o agro faz parte da solução da questão das mudanças do clima. […] Vamos sempre pensar na disseminação dessa mensagem, dessas narrativas, porque isso nos fortalece. Para que a gente supere momentos como esse, para que a gente consiga realmente passar por esses desafios”, disse.
No evento, que celebra a atuação feminina no agronegócio, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do estado de São Paulo (Sistema Faesp), Tirso Meirelles, lembrou da criação das Semeadoras do Agro. O grupo, parte da Faesp, surgiu por inspiração do CNMA e, desde então, tem apoiado as mulheres do campo paulistano. “São 17 semeadoras, conduzidas pela doutora Juliana [Farah, vice-presidente da Comissão Semeadoras do Agro], onde nós vamos, no interior do estado, levar a essas mulheres o empreendedorismo para que elas possam ser independentes financeiramente, para que elas tenham a sua liberdade financeira”, destacou.
Meirelles ressaltou ainda a atuação da comissão no apoio à saúde da mulher. Uma das ações mais notórias é o projeto “semear é cuidar”, que promove a saúde preventiva contra o câncer. Inicialmente, o movimento era voltado ao câncer de mama, mas hoje, já se expandiu. “Nós levamos a prevenção do câncer de mama, de útero e vamos lançar agora de pele. Então, é um processo de soma a soma, um processo para que a gente possa fortalecer, porque a mulher é uma raiz que sustenta a família, que sustenta o processo produtivo, porque ela põe amor naquilo que ela faz”, salientou.
Homenagem
A abertura do CNMA contou ainda com uma homenagem à pesquisadora Mariângela Hungria, laureada no Prêmio Mundial de Alimentação – World Food Prize, distinção conhecida como o “Nobel da Agricultura”.
Em vídeo, a pesquisadora ressaltou as mulheres que dedicam sua vida à pesquisa. Ela lembrou ainda das muitas mulheres que organizam hortas comunitárias ou são professoras, levando conhecimento à mais pessoas, além claro, das produtoras rurais que, por vezes, tem um papel “invisível”, mas fundamental para a segurança alimentar e nutricional do mundo. “Eu tenho falado que esse prêmio é dedicado às mulheres, fazendo esse papel tão fundamental para a segurança alimentar”, disse.
Devido à viagem para os EUA, onde receberá o prêmio presencial na quinta-feira, 23, Hungria não esteve presente no Congresso. Porém, a chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer, representou Mariângela. “É uma emoção para nós pesquisadoras e pesquisadores que trazemos a ciência, e a ciência que revoluciona o campo. A gente acha que não, mas o que a gente faz na bancada, vocês usam na propriedade, seja ela qual tamanho for. Então, eu agradeço muito, em nome de todas as pesquisadoras que passam por essa experiência e que trazem realmente a ciência para a mesa do consumidor. Porque o agro é fibra, o agro é comida, o agro é biocombustível, é bioinsumos”, reforçou.
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