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Economia

Bradesco sente a inadimplência do agro, mas carteira segue sob controle

Atrasos em financiamentos do Banco John Deere, no qual o Bradesco detém 50%, influenciaram o resultado; inadimplência na carteira rural chegou a 4,1%

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Paloma Santos | Brasília | paloma.santos@estadao.com

04/11/2025 - 05:00

Financiamentos rurais com garantia subiram de 58,5% para 59,5% entre junho e setembro. Foto: Adobe Stock
Financiamentos rurais com garantia subiram de 58,5% para 59,5% entre junho e setembro. Foto: Adobe Stock

A inadimplência em operações do agronegócio, concentrada nas carteiras do Banco John Deere, influenciou o desempenho do Bradesco no terceiro trimestre de 2025. Em relatório divulgado na última semana, a instituição informou que “o indicador de pessoa física foi impactado pelo maior nível de atraso nas operações do Banco John Deere, que possuem garantias e ciclo específico de recuperação”.

Mesmo com esse efeito, o índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 4,1%, o mesmo do trimestre anterior. O Bradesco informa, no documento, que o custo com provisões para calotes — reserva usada para cobrir possíveis perdas — subiu ligeiramente, de 3,2% para 3,3%, por causa de “casos específicos do atacado e Banco John Deere”.

CONTEÚDO PATROCINADO

Na semana passada, conforme o Agro Estadão mostrou, a inadimplência na carteira do agronegócio do Banco do Brasil atingiu, em 2025, o maior nível da série histórica

O relatório do Bradesco, por outro lado, destaca que o banco mantém “os indicadores de inadimplência sob controle, priorizando o retorno ajustado ao risco” e destaca que a qualidade da carteira de crédito melhorou. O lucro líquido recorrente da instituição ficou em R$ 6,2 bilhões no terceiro trimestre deste ano, com alta de 18,8% na comparação com 2024. 

Houve aumento das operações consideradas de menor risco e redução das mais problemáticas, resultado de empréstimos novos mais seguros e do avanço na recuperação de dívidas antigas.

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As operações com garantia, como financiamentos rurais que usam máquinas ou terras como garantia, cresceram e passaram de 58,5% para 59,5% entre junho e setembro.

Os empréstimos renegociados — chamados de carteira reestruturada — caíram R$ 1,8 bilhão em relação ao trimestre anterior e R$ 8,2 bilhões na comparação com 2024.

Crise de crédito nacional

Um levantamento da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), divulgado com base em dados do Banco Central (BCB), alerta para o aumento da inadimplência no setor como um todo e para a redução nos valores destinados ao custeio das lavouras brasileiras entre julho e setembro de 2025, em relação ao ciclo anterior. 

Em julho deste ano, a taxa chegou a 5,14%, a mais alta da série histórica. “O recorde anterior, que tinha sido em 2017, foi pouco mais de 3%, e nos preocupa porque isso ainda está subindo”, disse o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz.

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