Economia
Abiarroz mira mercado chinês para o arroz do Brasil
Indústria e governos dos dois países discutem requisitos fitossanitários, o que gera expectativas positivas no setor

Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com
16/05/2025 - 08:00

Ao que tudo indica, o Brasil está mais próximo de conquistar um novo mercado para o arroz beneficiado: a China. O país asiático – principal parceiro comercial brasileiro – é o maior produtor mundial do cereal e desponta também como um dos principais consumidores globais. Anualmente, cerca de 2 milhões de toneladas de arroz do tipo longo fino são importados pelos chineses.
As negociações para abertura do mercado chinês ao produto brasileiro ocorrem desde 2016. Porém, a novidade no processo é que resta apenas a concordância entre os países em relação aos requisitos fitossanitários a serem adotados. Isso tem gerado uma expectativa positiva. “Ainda não é possível afirmar quando isso ocorrerá. Contudo, esperamos que o governo brasileiro mantenha os esforços para uma negociação favorável para ambos os países de forma a contribuir para a segurança alimentar chinesa e também para a sustentabilidade da cadeia produtiva do arroz no Brasil”, afirmou Andressa Silva, diretora executiva da Abiarroz, ao Agro Estadão.
Silva integrou, nesta semana, a missão empresarial à China, organizada pela ApexBrasil. Ela participou do painel de grãos do Diálogo Brasil-China sobre Segurança Alimentar, que contou com a presença dos setores privados de ambos os países. A convite da Associação Nacional Chinesa de Grãos, também realizou visitas técnicas em cidades como Hefei e Xangai. “A aproximação entre a indústria do arroz no Brasil e o setor privado chinês tem contribuído para manter a negociação ativa na agenda bilateral”, destacou.
Atualmente, o Brasil ocupa a segunda posição entre os maiores exportadores de arroz fora da Ásia e é o nono maior exportador global. De acordo com dados da Abiarroz, em 2024, as exportações brasileiras de arroz cresceram 7% em volume na comparação com 2023, enquanto as importações aumentaram 5%.
O arroz beneficiado segue como o principal produto da pauta exportadora, respondendo por 72% do volume e 69% do valor total dos embarques do setor no último ano.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Chamada de nova soja, cannabis pode gerar quase R$ 6 bilhões até 2030
2
COP 30, em Belém, proíbe açaí e prevê pouca carne vermelha
3
A céu aberto: produtores de MT não têm onde guardar o milho
4
Fazendas e usinas de álcool estavam sob controle do crime organizado
5
Rios brasileiros podem ser ‘Mississipis’ do agro, dizem especialistas
6
Violência no campo: roubos e furtos de máquinas agrícolas crescem 37,5% no 1º semestre

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Economia
Brasil obtém aval de Singapura para exportar sebo bovino industrial
Em 2024, segundo o governo federal, Singapura importou mais de US$ 680 milhões em produtos agropecuários brasileiros

Economia
Soja e milho sobem mais de 1% após relatório do USDA
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos elevou estimativa para a safra norte-americana de soja, apesar de redução na produtividade

Economia
Desembarque de fertilizantes no Porto do Itaqui cresce 21% até julho
Segundo Ministério de Portos e Aeroportos, embarques de soja também aumentaram: de 10,1 milhões de toneladas para 10,7 milhões

Economia
Capital do agronegócio, Sorriso ainda enfrenta desafios de infraestrutura
Município lançou nesta sexta-feira, 12, um plano de desenvolvimento para os próximos 30 anos, com incentivos fiscais a empresas investidoras
Economia
Piscicultura paulista pode perder R$ 75 mi com tarifaço dos EUA, diz associação
São Paulo é o maior exportador para o mercado norte-americano; problema se agrava porque a maior parte das vendas é feita no segundo semestre
Economia
Plano Safra 25/26: contratações de crédito caem nos primeiros meses, indica CNA
Área com seguro rural recuou 38% e valor segurado teve queda de 43%
Economia
Efeito tarifaço: carne bovina e café disparam novamente nos EUA
Com redução de compras do Brasil, norte-americanos viram os preços da carne e do café saltarem, respectivamente, 16,6% e 21,7% em agosto
Economia
JBS vê pressão sobre margens e redireciona produção em meio a tarifa dos EUA
No Brasil, Friboi sente efeito direto das tarifas, mas mantém recordes de exportação devido à demanda de outros países