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Celso Moretti

Engenheiro Agrônomo, ex-presidente da Embrapa

Esse texto trata de uma opinião do colunista e não necessariamente reflete a posição do Agro Estadão

Opinião

Mais conectividade no campo pode significar crescimento similar à conquista dos Cerrados

A agricultura digital ocupa cada vez mais espaço nas propriedades rurais. Drones, sensores, internet das coisas (IoT), inteligência artificial (IA) e até “gêmeos digitais” são uma realidade no campo brasileiro

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

A adoção de ferramentas digitais tem possibilitado que a produção de alimentos, fibras e bioenergia seja mais competitiva e sustentável. Além disso, torna mais ágeis as cadeias de abastecimento e distribuição, além de reduzir os custos operacionais.

O emprego de um conjunto de tecnologias integradas em sistemas digitais possibilita que agricultores e demais atores da cadeia produtiva consigam produzir mais e melhor. Com o avanço da tecnologia digital embarcada em implementos agrícolas, sobretudo sensores e sistemas de visão computacional, a coleta e interpretação de grandes massas de dados (“big data”) auxilia na tomada de decisão, no aumento da competitividade e na redução de perdas. Os dados coletados trazem informações valiosas sobre umidade, temperatura, sanidade das plantas, características do solo e demais variáveis climáticas que são importantes na tomada de decisão, redundando em maior produção e produtividade. 

É também o “big data” que possibilitou o surgimento dos gêmeos digitais (digital twins), modelos preditivos que auxiliam na tomada de decisão, tornando toda a operação agrícola mais competitiva e eficiente. O gêmeo digital nada mais é do que uma versão digital de um “irmão real”, substituindo modelos (ou propriedades) reais, replicando-os digitalmente em todos os seus detalhes. Com o apoio de outras ferramentas digitais como inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquinas (machine learning), os gêmeos digitais permitem a realização de testes em tempo real, simulando diferentes cenários. Tal possibilidade coloca as análises preditivas como algo factível, reduzindo custos, riscos e aumentando a competitividade do setor. A redução de custos se dá, sobretudo, pela otimização do uso da água de irrigação, fertilizantes e pesticidas, dentre outros insumos.

O conjunto de tecnologias digitais aplicadas ao agro pode ainda contribuir para a redução de perdas e diminuição de desperdícios. A captura e análise de dados em tempo real possibilita que produtores consigam identificar áreas com problemas nos diferentes talhões da propriedade, permitindo ações antecipatórias na previsão de possíveis ameaças, como pragas e doenças, ou mesmo condições climáticas que poderão afetar a produção. O uso de drones com câmeras multiespectrais foi empregado em estudos para análise de ataque de nematóides em lavouras de algodão em Mato Grosso. O sintoma de ataque nas plantas não é visível a olho nu. Entretanto, com o auxílio da câmera multiespectral é possível a leitura do NDVI (índice de vegetação por diferença normalizada). Em outras palavras, o NDVI é uma medida da refletividade das plantas. Alterações neste parâmetro possibilitam identificar, precocemente, o ataque da praga e antecipar a adoção de medidas de controle.

Num país que tem uma das agriculturas mais sustentáveis do mundo, a adoção de tecnologias digitais traz contribuições significativas, ao possibilitar a redução do uso excessivo de fertilizantes e pesticidas, minimizando os impactos ambientais e contribuindo para a preservação dos recursos naturais. A conectividade é talvez um dos maiores desafios para o crescimento de tecnologias digitais na agricultura. Aumentá-la poderá impactar a produção agrícola brasileira de forma similar ao que foi a conquista dos Cerrados no século passado.

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