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Marcos Fava Neves

Especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio

Esse texto trata de uma opinião do colunista e não necessariamente reflete a posição do Agro Estadão

Opinião

Marcos Fava Neves: 5 pontos para ficar de olho no mercado agro em outubro

Início de uma nova safra exige atenção dos produtores ao clima, ao dólar, aos EUA e às oportunidades em novos mercados

30/09/2025 - 10:33

Foto: Adobe Stock
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Ponto 1. Expansão de área

Com a divulgação da 1ª estimativa da Conab para a nova safra e a produção de grãos projetada em 353,8 mi de t, vamos ficar de olho na aderência dessa expansão de área, em um momento em que produtores definem o ritmo do plantio de soja e milho e o elevado endividamento do setor. A tendência é de queda de 2% na produtividade média.

Ponto 2. La Niña

Monitorar as previsões para o clima. Se tivermos La Niña em novembro, pode antecipar e alongar as janelas de semeadura para soja e milho. O fenômeno tende a trazer chuvas mais regulares para o Centro-Oeste e Matopiba, criando condições favoráveis ao estabelecimento das lavouras, enquanto parte do Sul do país pode enfrentar períodos mais secos, determinando o ritmo de plantio, a produtividade e custos.

Ponto 3. Colheita nos EUA

A safra de milho e soja 2025/26 norte-americana entrou em ritmo acelerado de colheita, com lavouras em condições superiores às do ano passado. O USDA revisou para baixo a estimativa de produção global de milho neste mês para 1,3 bilhão de t (+4,7% na comparação anual) e manteve boas projeções para a soja, em 425,9 mi de t (+0,4% superior à 24/25). Essa oferta sólida sustenta preços internacionais competitivos, mas a forte demanda por etanol nos EUA mantém o milho com viés de alta (dez/25 cotado a US$ 4,24/bushel | +4,9% no mês). O ponto de atenção é como o avanço da colheita influenciará a dinâmica de preços em Chicago, afetando as estratégias de venda de exportadores brasileiros.

Ponto 4. Novos mercados

O pacote tarifário dos Estados Unidos que impõe sobretaxas de até 50% sobre uma ampla cesta de produtos agrícolas, insumos e alimentos processados cria incertezas para as cadeias globais. É necessário acompanhar como a elevação dos custos para produtores e indústrias alimentícias americanas pode redesenhar fluxos de comércio, alterar preços internacionais e abrir espaço para o Brasil em mercados hoje atendidos pelos EUA.

Ponto 5. Dólar

Ficar de olho no câmbio. O dólar alcançou o menor valor em mais de um ano, chegando a R$ 5,28 na data de fechamento da nossa coluna. Apesar de favorável para os preços dos insumos, com o início da safra, é momento de acompanhar os intervalos oportunos (que estão cada vez mais curtos) para travamento de preços, garantindo alguma rentabilidade e/ou “pagamento das contas”.

Marcos Fava Neves é professor Titular (em tempo parcial) da Faculdades de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP) e fundador da Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto – SP). É especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio. Confira textos e outros materiais em harvenschool.com e veja os vídeos no Youtube (Marcos Fava Neves). Agradecimentos a Vinicius Cambaúva pelo apoio na redação do texto.

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