
Francisco Turra
Presidente dos Conselhos de Administração da APROBIO e Consultivo da ABPA, ex-ministro da Agricultura
Esse texto trata de uma opinião do colunista e não necessariamente reflete a posição do Agro Estadão
Opinião
Agronegócio: sucesso no campo e na sala de aula
O Brasil é uma potência verde inegável. O agronegócio responde por 25% do PIB e quase 50% das exportações do país, gerando uma a cada quatro vagas de trabalho no mercado brasileiro. O setor é um grande motor da economia brasileira, fonte de alimento e energia para o mundo
29/03/2024 - 08:00

Para quem olha o desenvolvimento do agro, fica claro que houve uma acelerada transformação profissional e tecnológica em busca de produtividade e eficiência. Na ação do agro, um olho está na terra e outro em computadores que trazem informações diretas de satélites. Tudo no campo exige conhecimento, e a grande competição levou esses profissionais a buscar especialização técnica e graduação nas cadeiras universitárias para poder lidar com muita tecnologia, inovação e até inteligência artificial.
Daí a importância de um modelo de Escola do Agro para acompanhar a crescente demanda por qualificação e atualização dos profissionais. Acaba de nascer, em Passo Fundo (RS), um novo ecossistema de educação superior, com modelo de Employer University e foco em tecnologia, mercado de trabalho e empreendedorismo: a Escola do Agronegócio da Atitus Educação. Aceitei com alegria o convite para fazer parte do Conselho Consultivo da instituição em companhia de renomados profissionais de grandes empresas e instituições agrícolas.
O projeto de ensino para o agronegócio foi desenvolvido após estudos e pesquisas sobre as reais necessidades do setor. O objetivo é conectar estudantes, professores, profissionais, empresas, startups e entidades do segmento num grande espaço de fomento de inovação, para compartilhar e trocar conhecimento, experiências e oportunidades. Com mais de 40 hectares para a chamada Fazenda Inteligente, a escola foi inaugurada no dia 4 de março.
Quatro empresas já aderiram ao programa de parceiros estratégicos da Escola do Agronegócio: Be8, Ourofino Saúde Animal, JBS e Metasa. Entre os parceiros de inovação estão a Embrapa Trigo, Ventiur Smart Cap e Cabeda Pesquisa e Desenvolvimento Agronômico. Para área acadêmica, as empresas parceiras são TOTVS, Frate Associated, Academia Suína, Rehagro, Fertisystem, Bretanha, Digifarmz, Ibravag, Emater, Mapsul, Sultech Agro e Millennium.
O objetivo é que essas empresas possam desenvolver os estudantes e levar desafios reais para serem resolvidos em sala de aula. Os alunos ainda terão a oportunidade de conhecer de perto a realidade dos negócios voltados para o agro, além de ter momentos de trocas diretamente com os executivos das organizações. Na vanguarda do agronegócio no Brasil e no mundo, as empresas parceiras também vão aproximar os estudantes do que há de mais inovador em tecnologia para o setor.
Em sala de aula e em atividades práticas, as disciplinas reunirão desde o uso de novos equipamentos aos conhecimentos necessários para gestão de propriedades, como o uso de big data para monitoramento digital de animais, máquinas e grãos. Os professores vão propor aulas com desafios empresariais reais. Os alunos vão desfrutar ainda de mentorias com executivos.
Tanto no setor de bioenergia como de agronegócio, esse é um caminho sem volta. O sucesso virá do aprendizado contínuo porque as novidades surgem em tempo real e precisamos estar prontos para dar as respostas corretas recorrendo aos recursos mais modernos disponíveis. O Brasil já é um exemplo no campo e vai continuar a ser com ajuda da sala de aula.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Opinião
1
A volta do Brasil como epicentro do cacau está próxima?
2
A ciência comprova: produção de biocombustíveis e de alimentos crescem juntas
3
Entre disputas e guerras, sejamos mais Francisco
4
Marcos Fava Neves: 5 pontos para ficar de olho no mercado agro em maio
5
A guerra comercial e seus custos globais
6
Agropecuária e restauração florestal: aliança estratégica para o futuro do campo brasileiro

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Opinião
Tomate industrial no Brasil: avanços, gargalos e o que esperar da próxima safra
O tomate, conhecido na Itália como pomodoro — ou “maçã de ouro” —, tem origens nas regiões andinas da América do Sul, onde foi cultivado por povos indígenas no Chile, Peru e Equador

Celso Moretti

Opinião
A guerra comercial e seus custos globais
Afora um conflito armado, poucas coisas geram tanta instabilidade quanto uma guerra comercial

Welber Barral

Opinião
O agronegócio nacional na geopolítica global
O agronegócio brasileiro ocupa uma posição estratégica no cenário global, sendo responsável por grande parte do superávit da balança comercial do país

Tirso Meirelles

Opinião
Agropecuária e restauração florestal: aliança estratégica para o futuro do campo brasileiro
Modelos produtivos que integram conservação e produção mostram que é possível gerar renda sem destruir o meio ambiente

Marcello Brito
Opinião
Política Agrícola entre safras e modelos
Lanço aqui neste texto um vaticínio de bons resultados para os produtores, mas com muito trabalho e angústia

José Carlos Vaz
Opinião
Marcos Fava Neves: 5 pontos para ficar de olho no mercado agro em maio
Consolidação da área de plantio nos EUA e desenvolvimento da 2ª safra de milho no Brasil são destaques no 5º mês de 2025

Marcos Fava Neves
Opinião
A volta do Brasil como epicentro do cacau está próxima?
Durante boa parte do século passado, o Brasil ocupou lugar de destaque na produção mundial de cacau

Celso Moretti
Opinião
A ciência comprova: produção de biocombustíveis e de alimentos crescem juntas
A academia e o setor industrial reuniram um compilado de estudos internacionais que demonstram de forma inequívoca que não há concorrência entre a produção de alimentos e a de biocombustíveis

Francisco Turra