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Tiago Fischer

Engenheiro Agrônomo, professor do Insper e diretor da Stracta Consultoria

Esse texto trata de uma opinião do colunista e não necessariamente reflete a posição do Agro Estadão

Opinião

A máquina que alimenta o mundo mostrando seu lado mais nobre

Diante da tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul, iniciativas lideradas por agentes do setor agropecuário brasileiro aumentam a esperança

2 minutos de leitura 14/06/2024 - 11:27

Foto: Adobe Stock
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O agronegócio nacional é comumente analisado pelos diferentes especialistas no tema por seus atributos técnicos em termos de produção e produtividade. Além disso, por sua importância econômica em relação ao PIB, ou mais ainda, por seu papel social mais nobre: o de alimentar o mundo.

Contudo, frente aos acontecimentos devastadores pelos quais o Rio Grande do Sul passou e vai conviver, infelizmente, por ainda mais tempo, alguns dos principais agentes do agro nacional vêm mostrando sua face ainda mais nobre.

Não quero tirar o destaque aqui das importantes e necessárias ações assistencialistas que muitos setores da economia estão fazendo como forma de auxiliar na recuperação do RS, vou apenas me ater às iniciativas técnicas e planejadas que estão sendo desenvolvidas por empresas e pessoas do agro como forma de fomentar a recuperação técnica produtiva de um dos estados mais importantes para a produção agropecuária nacional.

Estamos falando de interessantes iniciativas, como as lideradas por algumas das principais multinacionais produtoras de insumos agrícolas unindo forças com entidades técnicas do mercado de arroz, por exemplo, focando na construção de metodologias e equipes dedicadas a trabalhos de recuperação de solos (princípio básico para a recuperação da capacidade produtiva das fazendas).

Ou mesmo, os exemplos de união de produtores de arroz, historicamente especializados em lidar tecnicamente com inundações programadas, já que o cultivo depende desta técnica, sendo engajados e liderados pelas entidades de representação de classes do segmento e por algumas das mais tradicionais cooperativas do sul. Todos focados em usar seus conhecimentos e suas ferramentas para auxiliar no processo de esvaziamento das áreas alagadas em Porto Alegre.

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Ainda vemos algumas das principais entidades de crédito de custeio agrícola, principalmente as cooperativas e entidades privadas, se mobilizando para rever e reestruturar seus modelos de financiamento, cientes de que, em um mercado que historicamente trabalha financiado, em situações como esta, é necessário rever prazos, modelos de acesso e custos associados.

Porém, como disse, esses são apenas alguns dos exemplos. Mas o que mais chama a atenção é que de todos eles os que mais se destacam por sua efetividade e impacto são aqueles organizados por indústrias, cooperativas, revendas varejistas e entidades do próprio agro!

Não é de hoje que, quem vive deste setor, sabe o quanto somos unidos. Em alguns aspectos poderíamos e deveríamos ser muito mais, mas, naqueles que importam para o fortalecimento e sobrevivência setorial, estamos sempre “de mãos dadas”.

Ao ver toda essa mobilização de maneira tão planejada e coordenada, pode-se notar como todos os fundamentos que trouxeram o agro nacional para a relevância que ele tem hoje podem ser usados não apenas para o bem do próprio setor, mas também para o bem de toda a sociedade. É o agro protegendo o agro e, assim, protegendo a todos!

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