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Agropolítica

Exportações de carne de frango para a China devem voltar em 15 dias

“Estou muito otimista”, diz secretário do Mapa, após negociar fim da restrição à carne de frango na China; México deve retomar nesta semana

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Fernanda Farias | Porto Alegre | fernanda.farias@estadao.com

23/07/2024 - 06:30

Foto: Adobe Stock
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O Brasil deve voltar a exportar carne de frango e derivados para a China entre 10 a 15 dias, quando o país asiático responderá sobre a derrubada das restrições em função do foco da doença de Newcastle localizado no Rio Grande do Sul. “Estou muito confiante”, disse Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os detalhes sobre as medidas de prevenção e ausência de outros focos foram apresentados nesta segunda-feira, 22, para as autoridades chinesas. 

“Eu tive duas reuniões com as autoridades chinesas e eles entenderam. Foi verbalizado pelo diretor de inspeção veterinária: tão logo vocês prestem as informações, nós vamos tratar da forma mais rápida possível, porque temos interesse que volte o mercado”, contou Perosa ao Agro Estadão.

Segundo o secretário, 85% do mercado de pé de frango na China parte do Brasil. “Já aumentou 30% o valor [do pé de frango], porque o Brasil está fora do jogo nesses dias”, comentou. 

A China é o principal comprador da carne de frango brasileira, com 11% da fatia das exportações. No acordo sanitário entre os dois países, o protocolo é restringir a importação do produto de todo o Brasil no caso de um foco ser identificado. 

México prometeu derrubar restrições para carne de frango entre quarta e quinta-feira, diz Perosa

Roberto Perosa contou ao Agro Estadão que o México deve ser o primeiro a derrubar a restrição das exportações. “Eles estimam que entre quarta e quinta revoguem”, disse Perosa. Atualmente, cerca de 5% das exportações de frango do Brasil vão para o México. 

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O secretário ressaltou que a OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) determina a interdição da área de um raio de 10 km do foco da doença de Newcastle e de Influenza aviária e alguns países aceitam, outros não. “Quando o Brasil fez os acordos, não havia essa previsão, então o nosso trabalho é fazer a reavaliação desses acordos. Acabamos de ir ao Japão fazer a regionalização e em vez de 10km, é 50 km”.

No acordo com a Europa, destino de 4% das exportações das carnes de frango brasileiras, a restrição é prevista apenas da zona decretada como emergência zoossanitária. Como o Mapa declarou emergência para o Rio Grande do Sul, apenas os produtos do estado gaúcho não estão sendo exportados. 

Perosa afirmou que a restrição deve cair para um raio de 10 km do foco no município  gaúcho de Anta Gorda até o fim desta semana. “Depende do resultado dos exames dos animais, ainda faltam dois que devem ficar prontos amanhã [terça]”. Essas análises são de granjas a 10km do foco.

Brasil e Guatemala negociam abertura de mercado para carne de frango 

O secretário de Comércio e Relações Internacionais conversou com o Agro Estadão minutos antes de embarcar para a Costa Rica, onde participa da reunião do IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura) e, de lá, vai para a Guatemala tratar da abertura de mercado para a carne de frango brasileira. Segundo Roberto Perosa, a crise vivida atualmente em função da doença de Newcastle localizada no Rio Grande do Sul não deve afetar as negociações. 

Ele também avalia que o impacto para as exportações será mínimo, assim como estima a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que calcula que 60 mil toneladas do produto podem deixar de ser exportadas para os países com restrição se a situação durar um mês. “Não vai ser isso, não vai chegar nesse prazo”, comentou Perosa.

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“Nós estamos trabalhando para que quando for resolvida, possamos dizer que não há mais problema e nunca houve. Porque o lote que foi produzido nesse período também poderá ser exportado”, finalizou.

A restrição das exportações de carne de frango atingiram 44 países, a partir do autoembargo decretado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária

Ministro da Agricultura diz que autoembargo foi “para evitar riscos maiores”

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, comentou a importância das medidas tomadas após a identificação do foco da doença de Newcastle em uma granja com 14 mil aves em Anta Gorda (RS). 

“A adoção do autoembargo foi fundamental para evitar riscos maiores”, afirmou Fávaro em entrevista coletiva após participar de um evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta segunda, 22. “Fechamos o mercado do Rio Grande do Sul para dar tranquilidade aos compradores”, completou o ministro. 

Doença de Newcastle pode ser transmitida para humanos 

A doença de Newcastle é causada por um vírus que afeta aves domésticas e silvestres e não tem tratamento. Os principais sintomas são sinais respiratórios, digestivos e nervosos que podem provocar a morte de todos os animais de um plantel. 

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Apesar de ser extremamente agressiva para as aves, em humanos, a doença de Newcastle pode provocar conjuntivite leve e sintomas gripes. O alerta foi dado pelo Mapa nesta semana, pelas redes sociais. Segundo a pasta, pode ocorrer “transmissão esporádica” se a pessoa manipular a ave infectada. No entanto, não há risco de transmissão entre os humanos. 

Além disso, desde a confirmação do foco no Rio Grande do Sul, o Mapa alerta que o consumo de aves e derivados é seguro, desde que os produtos sejam inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO). 

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